Título: No ano, ganho do ISE supera o do Índice Bovespa
Autor: Barros, Bettina e Camba, Daniele
Fonte: Valor Econômico, 18/08/2006, Eu & Investimentos, p. D1

Prova de que as boas práticas socioambientais são valorizadas pelo investidor é o bom desempenho do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e dos fundos de ações que possuem essa política de investimento. No ano, até o dia 14, o ISE registra valorização de 10,19% frente alta de 9,27% do Índice Bovespa.

O ISE foi criado em dezembro e atualmente reúne 34 ações de 28 empresas, que foram selecionadas a partir de um questionário sobre suas práticas socioambientais. O índice deve passar por uma revisão no fim deste ano e há expectativa de que um número maior de empresas responda ao questionário e, por isso, o ISE deve chegar a ter 40 companhias, que é o limite.

Assim como no Carbon Disclosure Project (CDP), na primeira formulação do ISE nem todas as companhias responderam às questões. Das 121 companhias selecionadas, apenas 63 responderam. "É uma questão cultural, aos poucos as empresas vão percebendo a importância de tornar esses dados públicos", diz Pedro Villani, gestor do fundo Ethical, do Banco Real, o primeiro do gênero, criado em 2001, quando a palavra sustentabilidade causava estranheza.

Apesar de ainda serem poucos, os fundos socioambientais também apresentam bons retornos. No ano, a família de fundos Excelência Social, do Itaú, encabeça a lista. No longo prazo, tal política de investimento se mostra ainda mais vencedora. Nos últimos cinco anos, o Ethical tem ganho de 226,6% frente a 169,24% do Ibovespa. O fundo investe nas companhias com as melhores práticas de cada setor, com exceção de bebidas, fumo, armamentos e energia nuclear. Por mais estranho que pareça, a carteira tem fortes participações em setores como mineração e aço. "Empresas de setores com risco ambiental alto mas, com boas práticas, se diferenciam muito mais de suas concorrentes do que em setores não poluentes", diz Villani. (DC)