Título: Cotação do níquel tem pequeno recuo
Autor: Nakamura, Patrícia
Fonte: Valor Econômico, 18/08/2006, Empresas, p. B6

As restrições impostas pela Bolsa de Metais de Londres (LME, na sigla em inglês) nas negociações de níquel fizeram com que a cotação do metal tivesse uma queda de US$ 1,2 mil no pregão de ontem. A commodity encerrou o pregão de ontem a US$ 32,2 mil a tonelada, uma queda de 6% em relação ao fechamento de quarta-feira. Os contratos para entrega em três meses tiveram alta de US$ 900 e fecharam o dia a US$ 28,65 mil a tonelada para venda.

Na quarta-feira, a LME determinou que os investidores que tivessem posições "vendidas" (ou seja, com mais contratos de venda do que de compra, numa aposta de queda dos preços) tenham o limite de até US$ 300 por tonelada para tomar níquel emprestado. Apesar da medida, o preço do metal permaneceu em patamares considerados preocupantes.

Para os especialistas, a medida serve para evitar um possível "default" dos investidores, além de tentar reduzir a diferença entre a cotação do metal à vista e dos contratos para três meses. Mesmo assim, a expectativa é de que as pressões continuem, por conta dos baixos estoques mundiais.

O dia também foi de queda para o cobre, depois de fechar a quarta-feira com desvalorização de quase 6%. Ontem, o metal caiu mais US$ 1, fechando o dia a US$ 7,5 mil a tonelada para três meses. Segundo analistas, a desaceleração da economia americana pode afetar a demanda por minerais não-ferrosos. Antes das quedas desta semana, o cobre havia se valorizado 75% somente neste ano, por conta de problemas de produção na China, Indonésia e México.

As especulações sobre o fim da greve na maior mina de cobre do mundo (Escondida, no Chile, de propriedade da BHP Billiton) também contribuíram para a queda dos preços. O sindicato dos trabalhadores de Escondida mantém conversas com a direção da BHP para dar fim à greve que já dura 12 dias. Eles pedem um aumento salarial de 10% acima da inflação chilena. "Estamos mais perto do que nunca de um acordo", afirmou Mark Liinamaa, analista de metais da Morgan Stanley em Nova York.

A direção da BHP ofereceu bônus de US$ 16 mil por trabalhador, além de aumento de salário equivalente à inflação (que foi de 3,8% nos últimos 12 meses encerrados em julho). A greve fez com que a produção de Escondida - responsável por 8,5% de todo o cobre produzido no mundo - caísse pela metade. A paralisação causa perdas diários de US$ 16 milhões.

Zinco, chumbo e alumínio tiveram pequena recuperação ontem, após violentas quedas no pregão de quarta-feira.