Título: AES Sul define investimentos até 2011
Autor: Capela, Maurício
Fonte: Valor Econômico, 18/08/2006, Empresas, p. B8

A AES Sul planeja investir R$ 677,5 milhões no período de 2006 a 2011 na manutenção e expansão dos sistemas de distribuição e subtransmissão de energia , que opera em 118 municípios no Rio Grande do Sul, totalizando quase R$ 1,2 bilhão desde a privatização parcial da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Só neste ano serão R$ 103,4 milhões, 14,6% acima do realizado em 2005, disse ontem o novo diretor geral da empresa, Roberto Di Nardo.

Até então na vice-presidência de operações da Eletropaulo, Di Nardo trocou de cargo com seu antecessor na empresa, Charles Lenzi, como parte da estratégia de rodízio entre executivos da AES na América Latina, disse o presidente do grupo no Brasil, José Eduardo Bernini. Ele explicou ainda que a decisão do BNDES de manter a AES Sul fora da holding Brasiliana, constituída em 2003 após a reestruturação da dívida do conglomerado com a instituição financeira, não afeta as operações da distribuidora gaúcha e negou os rumores de que o fato poderia resultar na venda da empresa.

O programa de investimentos foi anunciado depois que a AES Sul concluiu uma reestruturação financeira que permitiu a reversão do patrimônio líquido negativo de R$ 780,7 milhões para R$ 635,8 milhões positivos no fim do segundo trimestre. A operação incluiu troca de passivo em dólares por reais e a capitalização de R$ 1,4 bilhão por parte da controladora, a AES Corp.

Conforme o diretor financeiro, Gustavo Marchi, a dívida total da empresa era de R$ 2,1 bilhões, sendo US$ 609 milhões (com os juros o valor se aproximava de US$ 900 milhões) correspondentes à emissão de bônus tomados pela controladora em 1998. Parte deste valor foi convertida em capital pela AES Corporation e parte foi refinanciada com um empréstimo de R$ 650 milhões do Unibanco.

"Tomamos um empréstimo mais adequado à característica do negócio", disse Bernini. A última parcela vence em junho de 2015 (os bônus venciam em 2009), com custo de CDI mais 3% ao ano, pagamentos trimestrais de juros e principal e amortização a partir de junho de 2007.

Com a reestruturação, o endividamento, incluindo juros, caiu para R$ 768 milhões. No primeiro semestre foram resgatados R$ 173,8 milhões em debêntures.