Título: Desabamento de prédio provoca caos ao centro do Rio de Janeiro
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 26/01/2012, Brasil, p. A2

O edifício Liberdade, na rua 13 de Maio, esquina da avenida Rio Branco, no centro do Rio de Janeiro, desabou por volta das 20h30 de ontem. O prédio, comercial ficava próximo ao Theatro Municipal, na Cinelândia e a 300 metros das sedes da Petrobras e do BNDES. Segundo informações dos vizinhos, ele tinha 18 andares, mas segundo a Defesa Civil, eram 12. A Defesa Civil informou ainda que 11 pessoas, entre mortos e feridos, estariam entre os escombros. Informações não confirmadas na noite de ontem davam conta que outros dois prédios menores, ao lado, também acabaram caindo.

No térreo do edifício Liberdade funcionava uma agência do Banco Itaú e uma loja. No prédio, funcionavam escritórios. Testemunhas disseram ter sentido um forte cheiro de gás. A Light cortou a energia da região. O prefeito Eduardo Paes (PMDB) foi ao local para avaliar a situação com os bombeiros e agentes da Defesa Civil.

"Eu estava na banca de jornal em frente ao prédio e, de repente, ele simplesmente caiu", disse o analista de sistemas Fernando Amaro, 29 anos, que trabalhava no quarto andar do prédio e tinha acabado de sair dele.

O advogado Luiz Antônio Jean Trajan, que trabalha num escritório no prédio número 45 da avenida 13 de Maio, em frente ao edifício Liberdade, disse que na hora do desabamento se lembrou do ataque terrorista ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.

"O prédio caiu todo, como se tivesse sido implodido. Parecia o World Trade Center. Ouvi um forte estrondo e vi tudo acontecer. Havia uma obra no prédio, acho que no sexto andar. Pelo menos dois funcionários estavam trabalhando na hora da tragédia", afirmou Trajan.

Outra testemunha, Alexandre Trotta, que trabalha numa empresa de informática que funciona no quinto andar do Edifício Capital, ouviu inicialmente um pequeno barulho como se fossem detritos caindo. Abriu a janela, quando aconteceu o desmoronamento: "Foi um grande estrondo. Era como se o mundo tivesse vindo abaixo. O prédio veio abaixo. Ele caiu para frente e para trás e levou o que estava nas janelas do meu prédio", disse.

Frotta desceu os cinco andares de seu prédio e, ao chegar no térreo, constatou que não tinha sobrado nada do edifício vizinho. "Só tinha entulho. A banca de jornal que tinha no local foi destruída. Os carros estacionados na 13 de Maio acabaram", afirmou.

O contador Heverton Ferreira, que trabalha no prédio, havia saído havia meia hora do local, quando soube por um telefonema que o edifício tinha desabado. Ele não tem notícias de seu pai, que ainda estava num dos escritórios do edifício. Segundo Ferreira, nesta semana, porteiros falaram que a CEG faria uma inspeção no subsolo, por causa do forte cheiro de gás. "O prédio fechava às 21h. E faltava cerca de 30 minutos para isso. Mas ainda tinha muita gente lá. Ainda deviam ter umas 15, 20 pessoas dentro do prédio", relatou.

Pessoas que estavam em prédios vizinhos contaram que sentiram os imóveis balançar, como se estivesse acontecendo um terremoto. Carros que estavam estacionados no entorno ficaram cobertos de poeira e entulho.

Toda a área foi isolada e isso provocou a interdição dos dois sentidos da avenida Almirante Barroso, entre a rua Senador Dantas e a avenida Rio Branco. A rua Evaristo da Veiga também foi interditada ao tráfego, com desvio sendo feito pela rua do Passeio, sentido Lapa. (Agências noticiosas)