Título: PSDB paranaense responsabiliza Tasso
Autor: Lima, Marli
Fonte: Valor Econômico, 18/08/2006, Política, p. A6

O encontro do candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB), ontem, com o presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, o também tucano Hermas Brandão, era para selar a paz no partido. Depois de ter sido obrigado pela executiva nacional a deixar a chapa de reeleição do governador Roberto Requião (PMDB), na qual concorria ao cargo de vice, o líder estadual posou para fotos, apertou mãos e deixou claro seu apoio a Alckmin. Depois que o candidato saiu do gabinete, vieram as críticas - não ao visitante, mas ao presidente do partido, Tasso Jereissati.

"As dificuldades que o Alckmin está enfrentando foram criadas pelo diretório nacional", afirmou. Para Brandão, os problemas refletem-se nas pesquisas de intenção de voto. "Não concordo com a forma como o partido está sendo conduzido", disse. O encontro entre os dois tucanos foi o que gerou mais expectativas na primeira viagem do presidenciável a Curitiba para fazer campanha. Mas Alckmin evitou responder perguntas que envolviam as divisões internas do PSDB. E negou-se a comentar que a chapa não teria sido aprovada pela falta de apoio declarado de Requião.

Como os tucanos não têm candidato ao governo no Paraná, o principal cabo eleitoral de Alckmin no Estado é o prefeito de Curitiba, Beto Richa. Mas o almoço que o PSDB ofereceu a simpatizantes na capital paranaense contou com a presença de dois candidatos ao governo. À esquerda de Alckmin no palco estava Osmar Dias (PDT). À direita, Rubens Bueno (PPS). Ele também recebeu apoio do presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Rodrigo Rocha Loures.

Durante discurso, Alckmin jogou para Brasília a responsabilidade pela falta de segurança. "Segurança é um problema nacional", afirmou. Ao ser questionado sobre o assunto, mudou o tom e disse que, como candidato a presidente, estava transferindo a responsabilidade para ele mesmo, e prometeu maior controle nas fronteiras contra armas e drogas.

O candidato também criticou a forma de atuação do Congresso, os gastos do governo, os altos impostos e o baixo crescimento da economia. Disse que o país precisa crescer "de 5% para cima". O tucano afirmou que haverá segundo turno e minimizou a omissão de seu nome em programas eleitorais estaduais, alegando que é natural que seja assim, por haver horário para a campanha nacional.