Título: Vale prevê comprar mais 13 mil vagões
Autor: Carolina Mandl, Sérgio Bueno e Ivana Moreira
Fonte: Valor Econômico, 10/12/2004, Empresa, p. B7
A Cia. Vale do Rio Doce fechou ontem tem um plano para até o fim da década de adquirir 13,3 mil novos vagões e 242 locomotivas. De 2001 até este ano, as três ferrovias operadas pela Vale - Vitória a Minas, Ferrovia Centro-Atlântica e Estrada de Ferro Carajás - adquiriram 6.927 vagões e 195 locomotivas. Ontem, fechou ontem com a Amsted Maxion de compra de 4.858 vagões, por R$ 690 milhões, para recebimento no próximo ano e em 2006. Todas as locomotivas são 100% são importadas, pois o Brasil não produz locomotivas. As que foram adquiridas até 2004 são 100% oriundas dos Estados Unidos. Deste total, 30% são usadas e o resto é novo. Já os vagões serão todos adquiridos no país. O programa de aquisição está dentro da estratégia de ampliar os serviços de transporte de carga geral (terceiros), além de atender o aumento do escoamento de minério de ferro. Segundo Roger Agnelli, presidente da Vale, em comunicado, "as aquisições de mais de 10 mil vagões (5.710 entre janeiro de 2003 e setembro de 2004 e mais os 4.858 de ontem) caracterizam o poder de resposta do parque ferroviário nacional, em especial da CVRD". O diretor executivo de logística da Vale, Guilherme Laager, disse em recente entrevista que em 2004 a empresa recebeu 4.600 vagões e 90 locomotivas. Para 2005, receberá outros 4.400 e 120 locomotivas. O executivo informou ainda que empresários chineses estão negociando uma parceria com uma empresa brasileira para produzir vagões em Vitória. Laager foi recentemente aos EUA para comprar locomotivas e poderá adquirir entre seis e 10 locomotivas da China. Até setembro, o transporte de carga geral alavancou 13,872 bilhões de TKU. Este volume superou em 13,1% os 12,261 bilhões de TKUs do mesmo período de 2003. A receita chegou a R$ 910 milhões em transporte ferroviário. Nos últimos três anos, esse serviço cresceu uma taxa média anual de 10%. No terceiro trimestre, a Vale vendeu 60,5 milhões de toneladas de minério de ferro, 75.9% a mais que no primeiro trimestre de 2001, e o transporte de carga geral para terceiros aumentou 61,3%. Os investimentos da companhia em ferrovia somaram US$ 110 milhões em 2002, US$ 260 milhões em 2003 e, em 2004, dentro dos US$ 400 milhões anunciados para investir em logística, US$ 385 milhões foram para ferrovias. Para 2005, a previsão é de repetir o orçamento de US$ 400 milhões para logística, o que será confirmado pela área de planejamento estratégico e que ainda não foi fechado.