Título: BC descarta alterar o depósito compulsório
Autor: Camarotto, Murillo
Fonte: Valor Econômico, 07/08/2006, Finanças, p. C2

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, afirmou na sexta-feita que a autoridade monetária não negocia nem discute possíveis alterações no depósito compulsório, percentual dos depósitos bancários que é enviado diariamente ao BC pelos bancos, sem que haja uma remuneração sobre esses valores.

Segundo Henrique Meirelles, a questão do compulsório é, assim como a definição da taxa Selic, uma questão de política monetária em que o principal objetivo do governo é manter as taxas de inflação na meta.

O assunto surgiu em meio a uma discussão sobre a expansão da oferta de crédito no Brasil. De acordo com o presidente do Banco Central, nos últimos três anos o volume de crédito no país passou de 21% para 31% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou acreditar que esse volume possa chegar a 50% do PIB em alguns anos. Questionado sobre essa possibilidade, Meirelles se limitou a dizer que o governo tomará todas as medidas necessárias para que o crédito continue crescendo.

Em relação ao pacote cambial, o presidente do Banco Central afirmou que as novas medidas ainda não foram percebidas. Lembrou, porém, que "milhares de passos burocráticos foram eliminados".