Título: Atividade afunda na Europa, mas acelera nos EUA
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Fonte: Valor Econômico, 02/12/2011, Internacional, p. A13

Assim como na China, a atividade industrial na zona do euro teve um mês de novembro ruim, registrando o pior resultado em 28 meses, segundo dados divulgados ontem pela Markit Economics. Reino Unido e boa parte da Ásia seguiram essa tendência, mas os Estados Unidos foram a exceção, com aceleração da atividade industrial.

Na zona do euro, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) caiu de 47,1 em outubro para 46,4 em novembro. Todos os países da região pesquisados apresentaram índices abaixo de 50. Qual resultado abaixo de 50 indica contração da atividade. Subíndices de produção industrial e novas encomendas caíram a um ritmo que não era visto desde o pior momento da crise financeira de 2009, enquanto o de emprego ficou abaixo de 50 pela primeira vez em um ano e meio.

Os PMIs também ficaram abaixo de 50 na Coreia do Sul e em Taiwan. "A quarta queda mensal consecutiva da atividade industrial da zona do euro faz aumentar a suspeita já forte de que a região caminha para uma clara contração no quarto trimestre e corre sério risco de voltar à recessão", disse o economista-chefe da IHS Global Insight para a Europa e o Reino Unido, Howard Archer.

No Reino Unido, o indicador cedeu de revisados 47,8 em outubro para 47,6 em novembro, o menor nível desde junho de 2009. Ainda assim, o número veio melhor do que a previsão de analistas, que era de 47,0. O resultado foi prejudicado pela desaceleração da produção e pelo corte de empregos, de acordo com a Markit Economics

"Parece que esse será um inverno difícil para a indústria britânica", disse o executivo-chefe do Cips, David Noble. "As encomendas para exportação, das quais as empresas estão cada vez mais dependentes, continuam recuando, já que a crise da zona do euro impacta a demanda dos EUA e da Ásia, além da Europa."

Na contramão do mundo, a atividade industrial dos EUA acelerou em novembro. De acordo com o Instituto para a Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), o Índice dos Gerentes de Compras (PMI) americano subiu de 50,8 em outubro para 52,7 em novembro e superou a previsão de 52.

O número se junta a dados recentes sobre gastos com os consumidores e a criação de empregos para aumentar o otimismo quanto ao crescimento do país. "A economia parece finalmente estar entrando em um bom momento", disse Ian Shepherdson, economista da consultoria High Frequency Economics.

O setor automobilístico americano também se mostra em boa fase. As companhias Chrysler, Ford, Nissan e Hyundai reportaram altas de dois dígitos nas suas vendas em novembro contra um ano atrás. Normalmente, esse é um mês de vendas fracas por causa do clima frio e das festas de fim de ano.