Título: Com consórcio, rede de distribuidores deve encolher
Autor: Basile, Juliano
Fonte: Valor Econômico, 29/08/2006, Empresas, p. B7

Os grupos Suzano e Votorantim devem colocar em prática, a partir do dia 1º de setembro, o funcionamento do consórcio que operará a fábrica de Americana (SP), a maior da Ripasa. Os dois fabricantes devem também fazer um enxugamento na rede de distribuidores, que contam hoje com 37 empresas que operam, na prática, em um regime de exclusividade. A expectativa é que parte dos distribuidores formem redes independentes. Desde a compra da Ripasa no fim de 2004, surgiram novos 'players' - fabricantes estrangeiros ou importadores - de papel 'cut size' no mercado brasileiro.

As empresas estão aproveitando não só a oportunidade de mercado aberta com a saída da Ripasa, mas também da valorização do real que estimula a importação. A Fanapel, fabricante uruguaia, elevou sua oferta de papel para imprimir e escrever destinada ao mercado brasileiro. A empresa já importava papel revestido desde os anos 80. Por questões logística, a fabricante sueco-finlandesa Stora Enso começou a trazer da Europa papel de imprimir e escrever para os mercados do Nordeste. A Elof Hansson também está importando papel da Ásia para o Brasil.

O presidente da Associação Nacional dos Distribuidores de Papel (Andipa), Andrés Romero, disse que a sugestão da Seae e SDE para reduzir para zero a tarifa de importação do papel para imprimir e escrever ajuda a inibir eventual abuso das duas empresas no mercado. Mas Romero avalia que os órgão antitruste deveriam também considerar medidas no segmento de papel revestido onde o número de competidores é menor.