Título: Tokio Marine dobra o lucro no semestre
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: Valor Econômico, 29/08/2006, Finanças, p. C3

A Tokio Marine, que comprou a seguradora do Banco Real, dobrou o lucro líquido no primeiro semestre, para R$ 39,5 milhões. A rentabilidade patrimonial ficou em 39,5%. Já a Real Tokio Vida e Previdência, joint venture formada pela Tokio e pelo Banco Real, registrou alta de 75,6% nos resultados, para R$ 26,2 milhões.

Os prêmios da Tokio Marine aumentaram 13,3% no primeiro semestre, para R$ 841,3 milhões. A área de autos cresceu 17,2% e respondeu por 62% das receitas. "Conseguimos unir duas empresas diferentes, cada uma com sua especialização, e ainda dobramos o resultado", disse José Luiz Valente, vice-presidente comercial da Tokio em uma teleconferência que contou também com a participação de seu presidente, Ryoji Fujii.

A Real era focada em produtos de varejo. Já a Tokio, era especializada em grandes riscos. Com a integração, a operação brasileira passou a ser a maior da Tokio fora do Japão. A seguradora opera em 43 países. Ainda com relação ao balanço, o índice de sinistralidade (que mostra quanto das receitas é comprometido com o pagamento de sinistros) caiu 2,9 pontos, na 64,1%. Já o índice combinado (que avalia a rentabilidade operacional) caiu um ponto, para 107%.

Segundo Valente, a companhia trabalha agora para melhorar os serviços e a precificação dos seguros de autos. "Todo o processo de tarifação está sendo revisto", disse.

A Tokio comprou a Real Seguros em julho do ano passado. Para comparar o resultado, a seguradora expurgou dos dados do primeiro semestre de 2005, as operações de capitalização do Real e os negócios de vida e previdência. Na empresa formada pela joint venture, foi o contrário: a comparação incluiu nos números do ano passado a carteira de vida que foi incorporada da Tokio Marine (que por sua vez havia herdado a carteira quando comprou a Real Seguros).

Na Real Tokio Vida e Previdência, o destaque foi o crescimento das vendas de VGBL, que subiram 87,5%, para R$ 205 milhões. O PGBL teve crescimento mais modesto: 19% com arrecadação de R$ 57,3 milhões. As provisões subiram 43% e ultrapassaram os R$ 3 bilhões.

Segundo o presidente da seguradora, Edson Franco, os números mostram que as incertezas geradas pela mudança das regras no primeiro semestre do ano passado já foram superadas. "Os dados revelam que a demanda continua existindo". A Real quer agora aumentar a venda de planos empresariais, que hoje respondem por apenas 15% da carteira.