Título: Conta de luz e vestuário provocam recuo da inflação em São Paulo
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 29/08/2006, Brasil, p. A2

Com a desaceleração da inflação do município de São Paulo para 0,12% na terceira quadrissemana de agosto - período de 30 dias terminado em 23 de agosto -, o coordenador da pesquisa de preços da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe) da USP, Paulo Picchetti, reduziu de 0,20% para 0,15% a previsão de variação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) para o fechamento deste mês.

A taxa divulgada ontem pela Fipe mostra recuo da inflação pela segunda semana seguida. Na divulgação da semana anterior, o IPC-Fipe havia apontado variação positiva de 0,18% e, na primeira semana do mês, de 0,25%.

A redução da taxa de inflação na cidade de São Paulo nos últimos 30 dias é resultado, principalmente, da queda de 0,11% nos preços relacionados à habitação, da retração de 0,90% em vestuário, e da desaceleração na alta verificada em alimentação e transportes. Estes dois últimos itens, segundo levantamento realizado pela Fipe, apontaram variações positivas de 0,37% e 0,30%, contra avanços de 0,42% e 0,43% na pesquisa anterior.

No caso de habitação, o economista da Fipe destacou a queda de 0,99% no valor da conta de luz nos últimos 30 dias, o que empurrou o índice do grupo para baixo.

As tarifas de energia elétrica para os consumidores residenciais de 24 municípios da região metropolitana de São Paulo ficaram, em média, 1,91% mais baratas a partir de 4 de julho, devido ao processo de redução do subsídio cruzado no setor de energia - que faziam com que o consumidor residencial pagasse tarifas mais altas para que a indústria pudesse ter tarifas mais baixas.

Entretanto, o impacto dessa redução na conta de luz do consumidor paulistano ocorrerá principalmente em agosto, porque a a pesquisa da Fipe contabiliza o efeito caixa, ou seja, quando os boletos são pagos.

Mas o fator que mais pesou na revisão de taxa para o mês, segundo Picchetti, foi a tendência de queda do preço do álcool combustível. O produto já registra retração de 4,2% na ponta - comparação da última semana em relação a igual período do mês anterior.