Título: Negócios na Bovespa chegam a R$ 11 bilhões
Autor: Campbell, Ullisses
Fonte: Correio Braziliense, 25/09/2010, Economia, p. 20

Investidores se empolgam com ações da petroleira. Papéis caem e puxam o índice para baixo, fazendo a bolsa se descolar do resto do mundo

As ações da Petrobras lideraram o volume de negociações ontem, ajudando a BM&FBovespa a alcançar um volume elevado, chegando à marca de R$ 11,098 bilhões quase o dobro do padrão da média diária. Mesmo com o grande fluxo, o Ibovespa recuou 0,87%, para 68.196 pontos, puxado pela forte queda no preço das ações da estatal de energia. Apesar de abrirem o pregão em alta, as ações ordinárias (com direito a voto) da Petrobras caíram 1,98% ontem e fecharam a R$ 29,65 preço indicado para a oferta primária de capitalização da empresa. O mesmo aconteceu com as preferenciais, que recuaram 1,87%, para R$ 26,30. Na Bolsa de Nova York, os novos papéis da companhia também ficaram entre os mais negociados, mas fecharam em queda de 1,88% (US$ 34,92). O índice dos principais papéis brasileiros no exterior recuou 0,22%, para 33.718 pontos.

De acordo com os operadores, essa queda é uma aposta dos investidores de que o preço das ações da Petrobras deverão subir na próxima semana, quando começará a negociação das novas ações da empresa e, com isso, concretizarão os ganhos com a oferta que teve procura acima do esperado. A Vale subiu 2,83% e registrou a maior valorização da Bovespa, mas ela não foi suficiente para conter a queda verificada no pregão de ontem. Na quinta-feira, depois do fechamento dos mercados, a mineradora anunciou a recompra de até US$ 2 bilhões em ações e a aprovação pelo Conselho de Administração da companhia na Bolsa de Hong Kong. Já a siderúrgica Gerdau, com o terceiro maior volume de negócios, registrou a maior queda da bolsa brasileira: 4,64%, fechando a R$ 22,61.

As bolsas internacionais, ao contrário da Bovespa, fecharam no azul, com exceção do índice Nikkei, que recuou 0,99%. O mercado americano recebeu com otimismo a alta de 2% nas encomendas de bens duráveis no mês de agosto, excluindo o setor de transportes. Em Nova York, os índices Standard & Poor`s 500, Dow Jones e Nasdaq subiram 2,12 %, 1,86% e 2,33%, respectivamente. Na Argentina, o índice Merval saltou 2,18%. A Bolsa de Seul, com alta de 0,76%, foi a que mais subiu entre as asiáticas.

Apesar da alta nas bolsas americanas, a possibilidade de o Federal Reserve Banco Central dos Estados Unidos despejar mais dinheiro no sistema financeiro manteve o dólar em baixa. A moeda dos EUA voltou a cair próxima da mínima desde fevereiro, enquanto o iene e o euro ganharam impulso depois da divulgação de dados sobre o aumento na confiança do empresário alemão em setembro. O dólar fechou a R$ 1,711, registrando queda de 0,52% em relação ao fechamento anterior. Enquanto isso, o euro fechou a US$ 1,3492, ficando 1,34% abaixo da cotação da véspera.