Título: Delphi mantém planos de importação
Autor: Olmos, Marli
Fonte: Valor Econômico, 01/08/2006, Empresas, p. B1

A segurança nos automóveis evoluiu a passos muito mais rápidos do que a infra-estrutura das estradas. "O airbag, o freio ABS, o cinto de segurança e tudo mais são importantes, mas precisamos resolver outras questões como ter vias mais seguras e acabar com as estradas esburacadas", afirma o presidente da Delphi na América do Sul, Gábor Déak.

A americana Delphi é um grande fabricante de airbags na Europa e Estados Unidos. É dessas duas regiões que vêm os equipamentos de segurança importados hoje pelo Brasil. Segundo Déak, não há planos na empresa de nacionalizar esses itens porque a baixa escala ainda não justifica o investimento.

Segundo o executivo, a Delphi continuará apoiando as montadoras na importação do airbag produzido pela companhia americana no exterior.

"Não adianta a iniciativa partir só da indústria", afirma o executivo, que aponta, sobretudo, a necessidade de a lei de inspeção veicular entrar em vigor. "É preciso haver uma atitude pública em relação a tudo isso", destaca.

Déak cita o que chama de incoerências nesse assunto. A Delphi está pronta para lançar no Brasil o sistema de navegação, um equipamento muito usado nos Estados Unidos e Europa para indicar o caminho por meio de um mapa exibido por um monitor fixado no painel do automóvel.

Mas a legislação brasileira só permite o uso desse equipamento se o carro estiver parado. Para Déak, saber o caminho que deve seguir representa para o motorista muito mais segurança do que qualquer preocupação de desvio de atenção para o monitor. A Delphi colocará o produto em breve no mercado de reposição.

O executivo também questiona a discussão em torno do uso do celular. "Segurança também envolve buscar alternativas para falar ao celular sem ter que segurar o aparelho e é por isso que desenvolvemos o sistema de viva-voz para os veículos", destaca.

Fabricante de autopeças mais diversificado em todo o mundo, a Delphi também produz sensores que emitem sinais sonoros quando o veículo se aproxima de um objeto - seja um carro, muro ou poste. Déak diz que este seria um equipamento importante para uso em caminhões, por exemplo.

"Mas não há ABS, airbag ou outro dispositivo que garanta a proteção dos ocupantes de um carro se não houver no país uma filosofia para não apenas desenvolver tecnologia como também para inspecionar as condições dos veículos", destaca. (MO)