Título: Preço ainda divide cadeia da laranja
Autor: Lopes, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 01/06/2006, Preço ainda divide cadeia, p. A5

Citricultores e indústrias de suco ainda não conseguiram chegar a um acordo para a renegociação emergencial dos contratos de fornecimento da fruta para a produção da bebida nesta safra 2006/07, cuja colheita já teve início no interior de São Paulo - maior pólo citrícola do mundo. Após quase uma dezena de reuniões mediadas pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), candidato ao governo do Estado, os próprios produtores deixaram o encontro de ontem, em Brasília, mais uma vez divididos.

Segundo Flávio Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), a proposta das indústrias para compensar os produtores pela disparada das cotações do suco no exterior no último ano pode ser considerada "ridícula". Viegas informou que as empresas se dispuseram a corrigir os contratos em vigor, que giram em torno de US$ 3,50 por caixa de 40,8 quilos, em US$ 0,60. "Isso significa que elas não querem acordo, apesar dos riscos que correm na SDE [Secretaria de Direito Econômico, onde há uma investigação de formação de cartel entre as indústrias]", disse o dirigente.

Marco Antonio dos Santos, representante da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) na reunião de ontem, discorda. Conforme ele, é possível melhorar a oferta e as negociações vão continuar. A Faesp pede uma correção de R$ 6,76 por caixa.