Título: Fiesp prevê mais empregos no segundo trimestre
Autor: Ribeiro, Bianca
Fonte: Valor Econômico, 12/04/2006, Brasil, p. A4

O aumento do nível de emprego na indústria paulista, de 0,29% em março, confirma a tendência ascendente do indicador observada nos três primeiros meses do ano. Na avaliação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o índice apresentará elevações mais fortes nos próximos três meses, acima de 0,5%.

O diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Paulo Francini, explica que o aumento do emprego tem uma defasagem média de quatro meses em relação ao ritmo do nível de atividade do setor. Ou seja, a recuperação da atividade industrial, que mostrou aceleração entre novembro e fevereiro, deverá ter reflexos mais relevantes sobre o nível de emprego nos meses de abril, maio e junho.

Francini lembra que o aumento de postos de trabalho em março não trouxe surpresas, pois se trata de um mês em que geralmente há criação de vagas. Embora a projeção seja mais otimista para os próximos meses, ele ressalva que a estimativa depende do comportamento da produção industrial.

Ainda assim, as expectativas são positivas para o indicador de atividade, tendo em vista o aumento do salário mínimo, além do expansão da atividade em setores ligados à construção civil, reanimados pelo pacote de incentivos lançado pelo governo em fevereiro.

No levantamento de março, Francini chama a atenção para o aumento do emprego na fabricação de produtos de minerais não-metálicos, que inclui cimento e vidro, usados na construção civil. O segmento teve elevação de 1,38% no nível de emprego em comparação com o mês de fevereiro.

O destaque, entretanto, ficou com o setor que inclui a produção de álcool, onde a geração de vagas teve salto de 16,25%, devido ao início da safra de cana-de-açúcar. "Nesse caso não há defasagem em relação à atividade", diz. A contratação do setor ocorre de acordo com a necessidade imediata e não há tempo médio para avaliação de investimentos em mão-de-obra.

O setor de produtos alimentícios, o maior empregador da indústria paulista, viu aumento de 1,11% na criação de empregos em março, o que reflete, segundo Francini, a expectativa favorável dos empresários para a Páscoa.