Título: Governo eleva o limite de renda para Bolsa- Família
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Fonte: Valor Econômico, 13/04/2006, O governo elevou de R$ 100 para R$ 120 o limite de, p. A20

O governo elevou de R$ 100 para R$ 120 o limite de renda familiar per capita mensal para ter direito ao Bolsa-Família. O reajuste serviu para atualizar a linha de corte para entrada no programa, que havia sido definida com base nos dados da Pesquisa Nacional por Domicílios (PNAD) de 2001. O índice utilizado para aumentar o limite foi o INPC. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome quer também aumentar o valor do benefício pago às famílias, que hoje varia de R$ 15 a R$ 95. O ministério quer elevar esses valores para um intervalo entre R$ 17 e R$ 107.

A expectativa era que isso tivesse ocorrido ontem, mas a secretária de renda e cidadania, Lúcia Modesto, explicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva só baterá o martelo depois que o Congresso aprovar o Orçamento de 2006. A equipe técnica do ministério tinha reunião marcada ontem com Lula para tratar do assunto, mas o encontro foi cancelado.

As alterações do Bolsa-Família estão sendo feitos com base na PNAD de 2004, divulgada ano passado, que apontou redução da pobreza no país. Segundo o secretário de avaliação e gestão da informação, Rômulo Paes, a PNAD mostrou também mudanças na distribuição da população pobre pelos Estados. O número de pobres dobrou no Amapá, aumentou 32% em Roraima, 13% no Maranhão e 4% em São Paulo. Em Rondônia, o número caiu 22%. Em Santa Catarina, a queda foi de 21%, e no Paraná, 20%.

Lúcia Modesto disse que, se a linha de corte para entrada no programa não tivesse sido aumentada de R$ 100 para R$ 120, o público-alvo do Bolsa-Família seria de apenas 8,5 milhões de famílias pobres. Com a alteração, esse número sobe para 11,1 milhões. Ainda assim, um contingente menor do que a estimativa inicial do Bolsa-Família, que tinha como meta original atender a 11,2 milhões de famílias.