Título: Candidato chama presidente do BC de "covarde"
Autor: Góes, Francisco
Fonte: Valor Econômico, 20/06/2006, Política, p. A6

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, elevou mais uma vez o tom de suas críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, e qualificou de "burrice" o pagamento da dívida de US$ 15 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Ele também chamou de "covarde" o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, por não aumentar o ritmo de queda dos juros básicos do país, hoje em 15,25% ao ano. "Eu não concordo com o presidente do Banco Central (Henrique Meirelles). Eu acho que errou na dose. Foi covarde. Agiu todo mundo na defesa. O Brasil não cresceu. E por quê? Porque o PT não tem credibilidade. Você fala 25 anos uma coisa, assume o governo e faz outra?", disse Alckmin durante entrevista à rádio CBN.

O ex-governador de São Paulo também criticou o pagamento da dívida do FMI, defendida pelo presidente Lula como uma forma de reduzir a vulnerabilidade externa do país. Alckmin disse que foi "burrice" porque o governo preferiu encerrar uma dívida que pagava juros mais baixos que os pagos pela dívida interna do governo, que remonta a quase R$ 1 trilhão.

O tucano também criticou a política cambial, que, na sua avaliação, é "um desastre" e afirmou que o Brasil tem "a pior crise agrícola dos últimos 40 anos". Foi o segundo dia seguido de críticas à economia. No domingo, Alckmin acusou o governo de adiar decisões e agravar a crise econômica. O ex-governador de São Paulo previu que um dos graves problemas do próximo ano estará no setor do agronegócio.

Para o candidato, a política fiscal de Lula é "atrasada" e "populista" porque visa à eleição. "Está havendo uma folia fiscal. Tudo se faz em ano de eleição. É uma política atrasada, que nem no interior mais se faz".

Alckmin também afirmou que vai priorizar as reformas política, tributária e fiscal em um eventual governo tucano a partir de 2007. "O presidente Lula elevou a carga tributária para quase 40% do PIB e investiu apenas 0,4% do PIB em infra-estrutura. Se ele não melhorou a qualidade dos gastos em quatro anos, não fará em outro mandato", disse ele. (Com agências noticiosas)