Título: Convenção do PPS aprova apoio informal à candidatura Alckmin
Autor: Góes, Francisco
Fonte: Valor Econômico, 20/06/2006, Política, p. A6

O PPS decidiu ontem em convenção nacional, no Rio, dar apoio político à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. A decisão da sigla de não fazer uma coligação formal com o PSDB levou em conta a regra da verticalização, que obriga os partidos a seguirem, nos Estados, as alianças feitas em plano nacional. O PPS também aprovou o lançamento da candidatura da deputada Denise Frossard ao governo do Estado em aliança com o PFL e o PV.

O apoio do PPS a Alckmin foi indicado pela executiva nacional do partido e confirmado pela convenção. O presidente nacional da sigla, deputado Roberto Freire, disse que o PPS participará ativamente da campanha de Alckmin. O deputado, que integrará o conselho político da campanha tucana, disse que a "coligação branca" com o PSDB segue o mesmo critério que levou o PPS a retirar a candidatura à Presidência: "Se fizesse a coligação (formal) estaria sofrendo as imposições da verticalização."

Ele aproveitou para criticar a verticalização, classificando-a como um abuso. "Haverá uma eleição nacional com, no máximo, cinco candidatos a presidente. Há partidos que abdicam de ter candidato próprio porque isso pode representar a sua morte", afirmou. Mesmo assim, ele indicou que o PPS não irá se omitir.

A idéia é que o partido participará da campanha de Alckmin tal como fez, em 2002, apoiando informalmente candidatos a governador. Freire disse que, com o apoio ao PSDB, o PPS tentará corrigir os rumos da economia. "Vamos levar nossa contribuição para discutir uma proposta alternativa (em termos de política econômica)", afirmou. Ele disse que a concepção econômica da candidatura Alckmin, com participação dos economistas Yoshiaki Nakano e Luiz Carlos Mendonça de Barros, indica que é possível discutir um projeto de desenvolvimento para o Brasil.

Freire também fez críticas ao governo Lula. "Não quero projeto de mensalão dois, um governo que não tem projeto, um governo virtual." Presente à convenção, o prefeito do Rio, Cesar Maia, aproveitou para criticar a gestão do casal Garotinho no governo do Estado: "Vivemos no Rio um processo de pilhagem do setor público, é a corrupção como modo de governar. O que acontece em Brasília acontece aqui (no Rio)", afirmou, referindo-se ao processo de corrupção. Maia também disse que as críticas feitas por ele à campanha de Alckmin têm um objetivo claro: fazer os ajustes necessários para mobilizar a opinião pública e derrotar a candidatura Lula, que no entender dele é frágil.

A executiva estadual do PPS aprovou a aliança com o PFL e com o PV por 118 votos a favor, 1 contra e 3 abstenções. A mesma aliança será submetida, domingo, à aprovação nas convenções dos dois partidos. Maia disse que partiu do PFL a iniciativa de procurar Denise Frossard e o deputado Fernando Gabeira, do PV, também presente à convenção do PPS, para discutir as questões preliminares da aliança. PDT e PSDB foram chamados para discutir a aliança, mas optaram por lançar candidaturas próprias ao governo do Rio.

Maia disse que Denise Frossard deverá tomar como referência a gestão de finanças públicas aplicada pela Prefeitura do Rio. Denise afirmou que pela primeira vez existe a oportunidade de ter um Rio unido. Ela disse que a segurança é uma questão de gestão pública e não descartou fazer campanha em favelas, como havia indicado anteriormente.