Título: PT, PSDB e PFL brigam por relatoria de CPI
Autor: Jayme, Thiago Vitale
Fonte: Valor Econômico, 20/06/2006, Política, p. A8

PT, PSDB e PFL já definiram quais senadores vão compor a CPI dos Sanguessugas. O prazo final para as indicações termina hoje, mas os três partidos se adiantaram e começam, agora, a brigar pelos cargos de relator e presidente da CPI, a ser criada para investigar quadrilha instalada na Comissão de Orçamento e no Ministério da Saúde para vender ambulâncias superfaturadas. A partir das indicações, a CPI deverá ser criada em 48 horas mas só deverá funcionar na próxima semana em função do jogo do Brasil na quinta-feira, quando o Congresso só funcionará por meio período.

A CPI será mista, com a participação de 17 deputados e 17 senadores, com idêntico número de suplentes. No Senado, a líder do PT, Ideli Salvatti (SC), indicará os colegas Eduardo Suplicy (PT-SP) e Serys Slhessarenko (PT-MT), com Paulo Paim (PT-RS) na suplência. As escolhas ainda dependem de uma conversa da senadora com os preferidos. Serys e Suplicy foram os únicos petistas do Senado a assinar o requerimento com o pedido de abertura da CPI. Paulo Paim foi escolhido por não ter participado de nenhuma das recentes comissões de inquérito.

O PSDB também já tem seus nomes. Os tucanos compõe um bloco com PFL e chegaram a um acordo: terão três titulares e quatro suplentes enquanto os pefelistas serão quatro titulares e três suplentes. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), indicou Sérgio Guerra (RJ) e Juvêncio da Fonseca (MS), além dele próprio, como titulares. Na suplência, ficarão Álvaro Dias (PR), Papaléo Paes (AP), Leonel Pavan (SC) e João Batista Mota (ES).

O líder do PFL, Agripino Maia (RN), indicou Romeu Tuma (SP), César Borges (BA), Efraim Morais (RN) e Paulo Octávio (DF). O próprio Agripino será um dos suplentes ao lado de Jonas Pinheiro (MT) e Édison Lobão (MA).

As articulações sobre a relatoria e a presidência da CPI estão paradas desde quinta-feira e deverão ser retomadas hoje. A presidência caberá a um deputado enquanto o relator sairá do Senado. O governo tenta ficar com os dois cargos, que seriam ocupados por PT e PMDB. "A relatoria cabe ao bloco PSDB-PFL. Juntos, somos a maior bancada do Senado e temos essa prerrogativa", afirma Arthur Virgílio. Ele pretende convencer o PFL a abrir mão do posto e entregá-lo ao deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), um dos requerentes da CPI. Assim, a CPI teria presidente e relator deputados. A bancada pefelista na Câmara avisou que, se couber a um deputado a presidência, prefere José Carlos Aleluia (PFL-BA). "Se essa indicação (Gabeira) não for aceita, vamos propor que o senador Jefferson Péres (PDT-AM) seja o presidente", disse Virgílio.