Título: Citricultores e indústrias perto de um acordo
Autor: Lopes, Fernando
Fonte: Valor Econômico, 06/07/2006, Agronegócios, p. B11

As negociações entre citricultores e indústrias de suco em torno de um reajuste emergencial dos contratos de fornecimento da fruta para a produção da bebida deram novo sinal de avanço.

Em mais uma reunião mediada pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), candidato ao governo do Estado de São Paulo - que reúne o maior parque citrícola do mundo -, as indústrias desta feita ofereceram um adicional de US$ 1,05 por caixa de 40,8 quilos da fruta para os contratos de longo prazo fixados em até US$ 3,40 por caixa, segundo produtores ouvidos pelo Valor. Para acordos fechados acima desse patamar, a proposta das empresas foi de uma correção de US$ 0,90.

Segundo Marco Antonio dos Santos, presidente do Sindicato Rural de Taquaritinga, diretor da Faesp e um dos líderes dos citricultores nas negociações, os produtores pediram um reajuste uniforme de US$ 1,20 por caixa. "Ainda há diferença, mas estamos chegando lá". As negociações visam compensar os agricultores pela disparada das cotações do suco de laranja no mercado internacional, motivada pelos problemas provocados por furacões à oferta da Flórida.

Santos destacou que, ao contrário das reuniões anteriores, a de ontem contou com a participação de Citrovita e Coinbra, além da Cutrale - maior exportadora brasileira e mundial de suco, que está à mesa desde o início. Só a Citrosuco, segunda maior exportadora, não enviou representante.

Os reajustes emergenciais deverão valer apenas para o ano-industrial 2006/07, que já começou em São Paulo - e causou aumento dos preços da laranja no mercado spot. Conforme o Cepea/Esalq, a caixa está próxima de R$ 10. Conforme fontes do segmento, isso tem levado muitos produtores com contratos assinados com empresas a recorrer a ele. O mercado spot costuma abastecer 20% das necessidades das indústrias; os contratos de longo prazo - alvo das negociações -, responde por mais de 50%.