Título: Presidente pede corte de spread em banco oficial
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 17/07/2006, Especial, p. A16

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai orientar as instituições financeiras oficiais no varejo - Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal (CEF) , Banco do Nordeste e Banco da Amazônia - a reduzir o spread´ bancário (a diferença que existe entre as taxas cobradas e as pagas pelas instituições financeiras), para dar o exemplo de expandir o crédito.

Esta semana, os bancos apresentarão ao Palácio do Planalto as propostas nesse sentido, informou ontem, em São Petersburgo, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Luiz Fernando Furlan.

Ele considera que o spread´ cobrado pelos bancos deve cair proporcionalmente à redução dos juros, afim de alcançar as pequenas e médias empresas.

Segundo o ministro, a redução de spreads´ já feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) precisa se refletir nos bancos no varejo. Exemplificou que a TJLP (a taxa de juros de longo prazo) está em 7,5%, mas o custo do financiamento atualmente quase dobra com o spread chegando a 6 ou 7%, dependendo do tipo de projeto. "O objetivo é reduzir o custo Brasil e melhorar a competitividade das empresas", disse.

Recente estudo feito pelo Banco Central explica que uma das causas do spread bancário elevado no país ocorre porque parcela significativa dos novos empréstimos foi feita para tomadores com risco menos favorável.

O ministro confirmou a divulgação, esta semana, das medidas de flexibilização cambial que permitirão às empresas exportadoras manter parte dos dólares que recebem fora do país.

Além disso, o governo estuda projeto, elaborado pelo ministério do Desenvolvimento, para isentar o setor de serviços de imposto sobre remessa de dinheiro para promoções no exterior. Essa isenção já acontece para mercadorias e turismo. (AM