Título: Cota para deficientes movimenta ong de reabilitação profissional
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 25/07/2006, Suplementos, p. F3

A existência de cotas para inclusão de deficientes nas empresas vem contribuindo para a geração de ações efetivas. A HP, por exemplo, segundo o diretor de RH, Jair Pianucci, foram criados cargos especiais para abrigar os profissionais e treinamentos para capacitá-los. O Grupo Itaú, segundo Valéria Veiga Riccomini, superintendente de atração e integração das pessoas, também está em processo de preenchimento de sua cota.

Neste segmento, a Avape, uma ONG que existe há 24 anos e é voltada para a inclusão social de pessoas com deficiência, realiza programas e projetos sociais que visam a capacitação e colocação profissional em empresas dos mais diferentes setores da economia.

Eliana Victor, gerente da divisão de reabilitação profissional, explica que a atuação da entidade pode acontecer tanto por iniciativa da Avape como de empresas que buscam nela uma parceria de inclusão. Desde que iniciou seus trabalho, a entidade já realizou parceria com 200 empresas e colocou no mercado seis mil profissionais.

No ano passado, encontraram trabalho através da entidade 364 pessoas, segundo Eliana Victor. "Nós, em nossas unidades, temos a preocupação de capacitar os deficientes para buscarem uma colocação no mercado de trabalho. Muitas vezes, as pessoas não têm condições de completarem os estudos em razão da dificuldade operacional de deslocamento da casa para o trajeto", explica a representante. Este é um dos motivos pelos quais a escolaridade está hoje na faixa dos três anos entre as pessoas deficientes.

Em razão desse complicador, segundo a gerente da Avape, dos nove milhões de deficientes que existem no país em idade produtiva, apenas um milhão deles apresenta nível de empregabilidade imediata.

Segundo Eliana, as vagas mais atraentes para o segmento são as de atendimento ao cliente, telefonia, recepção, áreas administrativas e algumas funções mais simples na linha de produção e montagem de automóveis. "É preciso mudar paradigmas e ter conscientização e estamos empenhados nesse processo", afirma.

"O que fazemos é alertar que a adaptação não é complicada e que o emprego para uma pessoa deficiente é levado tão a sério como por qualquer outro profissional", enfatiza a gerente. A Avape também tem trabalho social com mais de 32 comunidades carentes. (M.B.)