Título: Limitações para conseguir empréstimos
Autor: Wilner, Adriana
Fonte: Valor Econômico, 26/07/2006, Suplementos, p. F3

"O crédito melhorou? Onde? Me mostra!", ironizam pequenos varejistas. "As linhas de crédito não são adequadas para ninguém hoje", reclama o empresário Serge Zehil, sócio da Winehouse, loja de vinhos no bairro do Itaim, em São Paulo. Também dono da Zahil Importadora, Serge Zehil tem tradição de duas décadas no ramo. Mas, mesmo assim, não consegue achar linhas de crédito a um custo que considere adequado. "Procuramos bancar nossas atividades com recursos próprios", diz.

No entanto, na reforma da nova sede recém-inaugurada da Winehouse, não foi possível ficar restrito ao capital dos donos -- Serge e seu irmão. Empresário experiente, Zehil foi pego de surpresa no meio da obra. "Era uma casa muito velha, não prevíamos trocar todo o piso e nem mexer no teto", diz. As despesas acabaram por superar em 60% o orçamento inicial e chegaram a R$ 300 mil.

Zehil foi buscar ajuda no Banco do Brasil. Contratou R$ 48 mil do Proger Urbano Empresarial, uma linha exclusiva do BB para projetos de investimento. "Eles financiam os equipamentos, mas não a mão-de-obra, as luminárias, mas não os cabos e os fios. "As coisas ficam pela metade", diz.

Márcio Felippe, diretor de franquias da Patroni Pizza, também acha difícil trabalhar com crédito bancário. A empresa com 32 lojas em São Paulo e no Rio de Janeiro, recorreu a linhas de crédito de longo prazo para financiar investimentos e inaugurar novas lojas.

"No começo, não sabíamos nem por onde começar", diz Felippe. As exigências burocráticas eram enormes. Era necessário elaborar um projeto de investimentos projetando em cinco anos receitas, despesas fixas e variáveis, como seriam pagos os impostos, a margem bruta líquida e outros itens. A Patroni Pizza teve a ajuda do Sebrae para contratar a linha do Proger, do Banco do Brasil, a mais acessível do mercado. (A.W.)