Título: Embraer obtém conta garantida de US$ 500 mi
Autor: Lucchesi, Cristiane Perini
Fonte: Valor Econômico, 28/07/2006, Finanças, p. C1

A Embraer ampliou de US$ 400 milhões para US$ 500 milhões sua operação no mercado internacional, tamanha a oferta dos bancos, segundo o "IFR Markets". Trata-se de uma espécie de "conta garantida", como definiu o vice-presidente-executivo da empresa, Antonio Luiz Pizarro Manso em entrevista ao Valor.

A operação inclui uma linha de capital de giro "revolver" no valor de US$ 250 milhões pelo prazo de vencimento em cinco anos. Ou seja, nesses cinco anos de vigência da linha, a Embraer pode sacar até o limite de US$ 250 milhões e pré-pagar o total ou parcelas para depois sacar os recursos novamente. Se não sacar os recursos, paga 0,30% e se sacar, 0,60% ao ano sobre a Libor, taxa interbancária de Londres.

Uma outra parcela da operação inclui um total de US$ 250 milhões que ficam disponíveis pelo prazo de três anos para saque. Se sacar os recursos - o total ou parte deles -, a empresa terá de pagá-los em dois anos. A Embraer poderá escolher se vai sacar os recursos como empréstimo à exportação ou importação. Nessa segunda parcela, vai pagar 0,25% para ficar com os recursos disponíveis. Se sacar os recursos vinculados à exportação, vai pagar prêmio de 0,40% ao ano sobre a Libor e se sacar o empréstimo à importação, vai pagar 0,45% ao ano sobre a Libor.

"É uma operação inovadora, que veio para se adaptar às necessidades da empresa", disse Deborah Stern Vieitas, diretora-vice-presidente do BNP Paribas, que liderou a operação. Segundo Ernesto Meyer, responsável pela área de empréstimos estruturados do BNP Paribas, esses são os menores custos já pagos pela Embraer e os segundos menores de todo o mercado. Pizarro Manso confirmou que a empresa está em uma nova situação, "devido à nossa condição de grau de investimento". A empresa recebeu o selo de investimento não-especulativo da Moody's em dezembro e em janeiro próximo, da Standard & Poor's.

O empréstimo, que ainda está em fase final de documentação e ainda não foi assinado, deve ser fechado ainda em agosto. O número de bancos participantes já é grande, em um esforço verdadeiro de distribuição do líder: Banco do Brasil, Bladex, Bradesco, Natexis Banques Populaires, Santander, Sumitomo, BBVA, CIC, JP Morgan, ABN-AMRO, HSBC, Citigroup, Safra, Tóquio Mitsubishi e San Paolo. A distribuição está sendo finalizada nesta semana.