Título: Termina sem acordo a terceira reunião com YPFB
Autor: Schüffner, Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 28/07/2006, Empresas, p. B14

A Petrobras não chegou a qualquer acordo com a Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos (YPFB) sobre o aumento do preço do gás boliviano que é vendido para o Brasil. A Bolívia quer rever a cláusula de preço do contrato de suprimento assinado entre as duas empresas e chancelado pelo governo dos dois países. Mas a estatal brasileira vem dizendo que não aceita qualquer tipo de aumento porque não há espaço para isso no mercado brasileiro.

Após dois dias de reuniões, a Petrobras informou ontem, através de uma nota lacônica, que na reunião - a terceira rodada realizada para discutir o tema - as duas empresas "apresentaram e ouviram argumentações de parte a parte e avaliaram alternativas para a continuidade do processo negocial".

A próxima reunião entre as empresas está marcada para a semana de 7 a 11 de agosto, no Rio de Janeiro. Como a Bolívia deu início ao processo formal de revisão do contrato, ela poderá entrar com pedido de arbitragem na Justiça de Nova York no dia 15 de agosto, quando vence o prazo de 45 dias para as partes chegarem a um acordo. Hoje o gás mais caro importado da Bolívia - são dois preços - é vendido por aproximadamente US$ 5. E o governo da Bolívia quer aumentar para até U$ 8, como já adiantou o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Solíz Rada.

O preço é considerado fantasioso por fontes ouvidas pelo Valor, para quem um aumento dessas proporções iria frear o consumo de gás e à substituição por outros energéticos como óleo combustível e lenha. (CS)