Título: Terra prepara-se para vender música
Autor: Sobral, Eliane
Fonte: Valor Econômico, 03/08/2006, Empresas, p. B4

Depois de três anos de negociações com as principais gravadoras do país e desenvolvimento do formato de negócio, o Terra passa a vender músicas pela internet a partir de setembro, a exemplo do que já fazem seus concorrentes UOL e MSN, entre outros portais. O diretor comercial do Terra, Maurício Palermo, estima que no primeiro ano de funcionamento o novo negócio responda por algo entre 3% e 4% da receita publicitária do portal - cujo montante a empresa não informa.

Embora não haja dados específicos sobre o mercado brasileiro, a comercialização de músicas pela internet é a forma de venda que mais cresce no mundo, de acordo com levantamento da International Federation of the Phonographic Industries (IFPI).

Segundo a entidade, entre 2004 e o ano passado, as vendas de CDs caíram 6% enquanto as vendas de música por meio da internet cresceram 178% em todo o mundo. Ainda de acordo com a IFPI, o mercado de música digital já representa 6% do total do mercado de música. "Segundo nossas pesquisas, as vendas por internet já representam 85% das vendas de música em Londres", afirma Palermo.

Felippe Llerena, diretor executivo do IMúsica, que faz parte da holding IdeiasNet, diz que o mercado brasileiro de venda de músicas pela internet ainda é bastante incipiente e embora apresente bom potencial de crescimento precisa de alguns ajustes. "Os primeiros catálogos não ofereciam muitas opções ao consumidor e agora que houve adesão das gravadoras, precisamos trazer o consumidor de volta", diz. A IMúsica tem contratos com Warner Music, Universal, EMI, Sony-BMG, Som Livre, além de mais de 300 gravadoras independentes, segundo LLerena e deve sair das atuais 120 mil músicas disponíveis para algo entre 300 mil e 500 mil até setembro e chegar a 1 milhão de títulos até o fim deste ano.

Além da pouca disponibilidade de músicas de até pouco tempo, Llerena cita outro entrave para o rápido desenvolvimento do mercado: "os jovens são os maiores consumidores de música pela internet e a forma de pagamento, via cartão de crédito, é um inibidor porque a garotada de 15, 16 anos não tem cartão. Além do mais, eles estão habituados a baixar músicas sem pagar por elas. Isso quer dizer que teremos que mudar esse hábito."