Título: Investimento das empresas estatais da União cresce 26% no primeiro semestre
Autor: Izaguirre, Mônica
Fonte: Valor Econômico, 03/08/2006, Brasil, p. A2

As empresas controladas pela União investiram, no primeiro semestre deste ano, cerca de 26% a mais do que em igual período do ano passado. Entre janeiro e junho, o montante investido atingiu R$ 13,254 bilhões, ante R$ 10,529 bilhões nos primeiros seis meses de 2005.

Os números do Dest , o departamento do Ministério do Planejamento responsável pela coordenação das estatais federais, referem-se apenas ao universo de 68 estatais que não dependem do Tesouro Nacional para se manter. Mesmo tendo crescido, em relação ao orçado para todo o ano, os investimentos do primeiro semestre não chegaram nem à metade. Na média, a execução orçamentária dessa parte do Orçamento da União, cujo valor foi fixado em R$ 42,32 bilhões pelo Congresso, foi de apenas 31,3% até junho.

Como em anos anteriores, a tendência é de aceleração no segundo semestre. Em 2005, por exemplo, apenas 29,2% do previsto para o ano havia sido investido até junho pelas estatais federais, mas até o fim de dezembro cerca de 80% do orçamento anual de investimentos havia sido cumprido - nível semelhante ao de anos anteriores.

Nos primeiros seis meses de 2006, algumas empresas se adiantaram e investiram bem mais que a metade do orçado para o ano-calendário. É o caso da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), localizada em Canoas, no Rio Grande do Sul. Até junho, a estatal gastou com investimentos R$ 302,477 milhões, 97,9% do previsto no orçamento anual. Também registraram execução orçamentária bem acima da média, entre outras, a Petrobras Gás (Gaspetro, 48,6%) e a Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária (Infraero, 53,2%). As duas gastaram, respectivamente, R$ 194,29 milhões e R$ 219 milhões com investimentos entre janeiro e junho.

A Petrobras - detentora da maior parte do orçamento de investimentos das estatais federais - foi a que mais investiu no primeiro semestre deste ano. Junto com suas subsidiárias, a empresa respondeu por R$ 11,541 bilhões do total informado pelo Dest. Em relação a igual período de 2005, os investimentos do grupo Petrobras cresceram cerca de 28%.

A maior parte dos R$ 13,254 bilhões de investimentos feitos até junho pelo conjunto das empresas federais não dependentes foi realizada antes mesmo da vigência do Orçamento de 2006, que, por causa do atraso na votação pelo Congresso, só entrou em vigor em maio. Como não havia autorização legal, em tese as empresas não poderiam ter investido antes disso, na opinião de integrantes da consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados. Entretanto, com a entrada em vigor da lei orçamentária, a situação se regularizou automaticamente.