Título: A caminho da bolsa, Profarma vende R$ 1,7 bi
Autor: Mandl, Carolina
Fonte: Valor Econômico, 04/08/2006, Empresas, p. B2

A Profarma, distribuidora de remédios que se prepara para lançar ações em bolsa, obteve um lucro de R$ 16,3 milhões em 2005. O valor é 14,6% menor na comparação com o ano anterior. Os números foram publicados no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro.

O principal motivo para essa redução, de acordo com relatório da empresa, foi o fato de não ser permitido registrar nas demonstrações financeiras o ganho obtido com os benefícios fiscais. Sem esse efeito, o lucro teria sido de R$ 26 milhões.

Além disso, a companhia teve um resultado financeiro R$ 7,5 milhões menor de 2004 para o ano passado. Em 2005, esse item registrou um lucro de R$ 22,6 milhões.

As despesas gerais e administrativas também cresceram em um ritmo bem mais rápido do que o faturamento. Enquanto a receita líquida aumentou 20,4%, para R$ 1,72 bilhão de um ano para o outro, os gastos subiram 46,8%, para R$ 37,3 milhões.

No ano passado, o endividamento líquido da empresa cresceu. Passou de R$ 83 milhões em 2004 para R$ 104 milhões.

A Profarma ingressou na segunda-feira com um pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários para o lançamento de uma oferta pública de ações. Atualmente, o segmento é representado na bolsa apenas pela Dimed.

A companhia, que distribui medicamentos, produtos de higiene e cosméticos, foi fundada em 1961 por Manoel Birmarcker, seu atual presidente. Hoje, a família Birmarcker permanece no controle da Profarma.

A atuação da empresa está mais concentrada na região Sudeste do país. Mas, além dos centros de distribuição no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais e no Espírito Santo, a Profarma também tem unidades no Paraná, na Bahia e no Distrito Federal. Ao todo são oito centros.

No ano passado, de acordo com informações do relatório da administração, a Profarma investiu R$ 1,5 milhões na criação de uma subsidiária especializada na distribuição de vacinas, a Promovac.

A distribuição de remédios no Brasil é bastante pulverizada. Calcula-se que existam cerca de 300 empresas que fazem isso no país, e o setor vem enfrentando pressão para se consolidar. A própria Profarma adquiriu a distribuidora K+F, de São Paulo, em 1999.