Título: Alimentos e combustíveis devem pressionar IPC de agosto
Autor: Durão, Vera Saavedra
Fonte: Valor Econômico, 04/08/2006, Brasil, p. A4

A inflação na cidade de São Paulo medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe deve ficar em 0,20% em agosto, segundo estimou o responsável pelo cálculo do indicador, Paulo Picchetti. Alimentação, combustíveis e itens industrializados devem exercer as principais pressões sobre o índice. Em julho, o IPC subiu 0,21% depois de uma elevação de 0,16% na terceira medição do mês, segundo informou ontem a Fipe. Em junho, o IPC havia registrado deflação de 0,31%.

Saúde apresentou a alta mais expressiva em julho, de 0,83%, seguida pelo grupo transportes, com elevação de 0,42%, e despesas pessoais, que aumentou 0,36%. Na terceira quadrissemana de julho, esses grupos viram elevação de 0,50%, 0,24% e 0,33%, nessa ordem.

A inflação de julho ficou dentro das estimativas de Picchetti. Alimentação exerceu a maior pressão, com peso de 0,07 ponto percentual. Em seguida veio transportes, com participação de 0,067 ponto e por último saúde, com impacto de 0,059 ponto.

Para agosto, conforme calculou Picchetti, a contribuição positiva do grupo alimentação será de 0,12 ponto percentual. O grupo transportes - pressionado principalmente pelos combustíveis - terá impacto de 0,08 ponto e os preços livres - influenciados pelos itens industrializados - responderão por 0,10 ponto percentual na inflação. Já a energia elétrica e os pacotes de viagem terão impacto negativo de 0,05 ponto percentual cada um. Contabilizadas essas pressões, o resultado é um avanço de 0,20% no IPC de agosto.

O segmento de itens industrializados é o que deve dar a dinâmica da inflação paulistana no segundo semestre, influenciado principalmente pelo preço dos alimentos industrializados. A tendência é que a queda no grupo de industrializados seja revertida ao longo dos próximos seis meses. "Mas nada que crie a sensação de que os preços vão se acelerar ou que comprometam o resultado fechado do IPC para 2006", disse Picchetti, que prevê uma alta de 2,5% para o indicador no ano.