Título: Seguro e previdência respondem por 33% do ganho
Autor: Carvalho, Maria Christina
Fonte: Valor Econômico, 08/08/2006, Finanças, p. C8

A Bradesco Seguros e Previdência fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 1,04 bilhão, um aumento de 30% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa respondeu por 33% do resultado do Bradesco, um aumento de dois pontos percentuais em relação a junho do ano passado.

A contribuição da área de seguros e previdência também é superior a outras operações do banco, como a área de crédito (23%) e a de serviços (25%). Com a estabilização da economia, a expectativa é que esta participação cresça ainda mais, disseram ontem executivos da seguradora durante teleconferência de divulgação dos resultados do Bradesco.

O faturamento Bradesco Seguros e Previdência - incluindo os prêmios com seguro, a venda de títulos de capitalização e as contribuições da previdência complementar - foi de R$ 8,7 bilhões, alta de 16,4% em comparação a junho de 2005. O valor representa 24,6% do faturamento do mercado segurador brasileiro.

Entre todos as operações da empresa, a área de previdência e VGBL foi a que mais cresceu. As contribuições somaram R$ 3,7 bilhões, aumento de 32% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro da área de vida e previdência, porém, caiu de R$ 861 milhões, no primeiro semestre do ano passado, para R$ 511 milhões. A razão é a contabilização de uma operação de venda de ações da Belgo Mineira em 2005.

Dois dos principais indicadores do setor de seguros, o índice de sinistralidade e o índice combinado também tiveram melhora no primeiro semestre. A sinistralidade (que mede quanto da receita é comprometida com o pagamento de sinistros) caiu 3,7 pontos, para 78,5. Já o índice combinado (que estabelece a relação entre receitas e despesas operacionais) caiu de 101,4% para 99,7%.

A queda do primeiro índice é atribuída, entre outros fatores, pela melhora do segmento de automóveis com a adoção do perfil do cliente para a venda de apólices. No combinado, que também é influenciado pela queda da sinistralidade, também houve impacto da política de despesas. A meta é ter este ano a mesma estrutura de gastos de 2003, sem reajustes.

No segmento de saúde, os prêmios aumentaram 10,2%, para R$ 1,9 bilhão. O banco deixou de vender produtos para pessoas físicas e se focou em empresas. Das 100 maiores companhias do país, 29 são clientes da Bradesco Saúde. Já as pessoas físicas, que chegaram a ser 48% da carteira, hoje têm 27%, valor que deve cair ainda mais.