Título: Capemi planeja shopping de R$ 250 milhões em Salvador
Autor: Cruz, Patrick
Fonte: Valor Econômico, 08/08/2006, Empresas, p. B6

O grupo financeiro Capemi, que atua nos ramos de previdência privada, seguros e planos de saúde, uniu-se à construtora baiana W. Pacheco para entrar no aquecido mercado de shopping centers de Salvador. O empreendimento consumirá R$ 250 milhões em investimentos e deverá ter 400 lojas.

A licença ambiental para o projeto já foi liberada, o que deixa o início das obras na dependência apenas do alvará de construção da prefeitura, segundo o gestor de finanças da Capemi, José Augusto Tatajiba. A previsão é que as obras se estendam por dois anos e criem 10 mil empregos diretos. Quando entrar em operação, o shopping empregará 5,5 mil pessoas.

"Queremos ver o resultado desse projeto. Dependendo do andamento, poderemos entrar em outros do gênero", diz Tatajiba. A Capemi também atua no ramo imobiliário - o grupo construiu, por exemplo, prédios residenciais em São Paulo e Aracaju; em Salvador, está construindo um hotel e colocou em operação um centro comercial com 60 lojas. O novo shopping, entretanto, será seu primeiro projeto de grandes proporções nesse ramo.

Os trâmites burocráticos na prefeitura começaram há três meses, mas o projeto já vinha sendo costurado há pelo menos um ano, afirma Tatajiba. "O mercado de Salvador é muito promissor. A demanda por um projeto como esse é grande", disse. As lojas-âncora ainda não foram definidas, mas as negociações já estão em curso, segundo o gestor financeiro.

O shopping deverá receber o nome da avenida Paralela, à margem da qual será construído. O local fica próximo do aeroporto da cidade, em uma posição estratégica para atrair turistas e proprietários de imóveis que se deslocam para o litoral norte da Bahia - estão nessa faixa da costa empreendimentos como Costa do Sauípe, Praia do Forte e o Iberostar.

Essa localização, argumenta Tatajiba, afastará o shopping da concorrência com empreendimentos já em funcionamento em Salvador ou com obras em andamento. Todos os principais shopping centers da cidade estão em um raio máximo de cinco quilômetros de distância uns dos outros.

Também estão nesse raio de ação dois novos projetos. O Salvador Shopping, do Grupo JCPM, é o que estreará mais cedo. Com inauguração prevista para abril do ano que vem, o shopping consumirá R$ 250 milhões em investimentos. Sua estrutura inicial prevê dez lojas-âncora e 263 lojas-satélite, mas já há previsão de ampliação para 403 unidades. O Grupo JCPM é controlado por João Carlos Paes Mendonça, ex-dono da rede de supermercados Bompreço.

A concorrência no setor ganhará ainda mais força quando entrar em operação o Megacenter, projeto da Euluz Empreendimentos e que tem as obras a cargo da construtora Camargo Corrêa. O shopping ocupará área construída de 130 mil metros quadrados e 368 lojas. A previsão é que ele entre em funcionamento em 2008. O projeto total incluirá, em uma segunda etapa, a construção de 24 prédios residenciais e cinco comerciais na área em torno do shopping.

Criada por militares em 1960, a Capemi nasceu como um montepio e foi batizada como Capema, ou Caixa de Pecúlio Mauá. Ainda hoje, boa parte dos participantes dos planos de previdência do grupo tem ligação com as Forças Armadas - somados titulares e dependentes, o total de beneficiários chega a 1,35 milhão de pessoas. Atualmente, fazem parte da Capemi (ou Caixa de Pecúlios, Pensões e Montepios) a Conapp, empresa de seguros de vida e bens; a Salutar, do ramo de seguro saúde; e a Credimisa Holding, subsidiária que controlará a Credimisa, financeira que a Capemi está criando.