Título: Petrobras investirá US$ 2 bi em projeto de gás com PDVSA
Autor: Góes, Francisco
Fonte: Valor Econômico, 08/08/2006, Empresas, p. B8

A Petrobras espera concluir negociações e assinar até o fim do ano acordo que envolve um projeto de gás natural com a venezuelana PDVSA. O empreendimento inclui a produção de gás em mar na Venezuela e construção de uma unidade de Gás Natural Liquefeito (GNL), prevista para operar em 2011. O investimento da Petrobras no projeto será de US$ 2 bilhões, disse o diretor da área internacional da estatal, Nestor Cerveró.

O executivo informou que a unidade de GNL deverá ter capacidade inicial de produção, em um primeiro módulo, de 20 milhões de metros cúbicos por dia. Parte deste gás, após ser liquefeito, será exportado e poderá atender ao mercado brasileiro. O projeto também contempla o início da produção offshore de gás na região de Mariscal Sucre, a partir de 2009-2010.

A parceria com a PDVSA no GNL é a mais adiantada entre todos os projetos de produção de gás natural liquefeito em análise pela estatal, disse Cerveró. "Examinamos outras negociações de GNL mas elas estão em fases anteriores, mais incipientes, do que esta com a Venezuela." Ele disse que o projeto ainda está em fase inicial de configuração. Os estudos econômicos também estão em curso e, portanto, o empreendimento ainda não foi submetido à diretoria executiva da estatal, para aprovação.

Segundo Cerveró, a Petrobras é a PDVSA irão criar uma terceira empresa, que será a responsável pelo negócio: "Mariscal Sucre é o nome do projeto, que envolve vários campos de produção de gás e liquefação. Vamos criar uma empresa mista (para gerir o negócio) em que a PDVSA terá 65% e nós, 35%. A venda do gás na Venezuela será centralizada pela PDVSA", disse.

Ele avaliou que a Venezuela continua a ser um parceiro estratégico para a Petrobras. A estatal desenvolve com a PDVSA o projeto de construção de uma refinaria para processar óleo pesado em Pernambuco e mantém com os venezuelanos acordos em campos maduros e na produção de óleo pesado, disse Cerveró. Hoje a Petrobras tem atividade exploratória em um bloco em mar na Venezuela, a oeste das descobertas de Mariscal Sucre, em parceria com uma empresa japonesa, informou João Carlos Figueira, gerente-executivo da área internacional da Petrobras.

Cerveró também informou que, no início de agosto, a estatal recebeu as licenças definitivas dos órgãos de controle nos Estados unidos para concluir a compra de 50% da refinaria de Pasadina, em Houston, Texas. O primeiro pagamento, de US$ 180 milhões, deve ocorrer em setembro e outra parcela semelhante será paga em 2007. O diretor disse que um grupo da Petrobras trabalha nos EUA para iniciar o projeto de ampliação da refinaria de 100 mil barris por dia para 200 mil barris por dia. A unidade será adaptada para processar 70% a 75% de petróleo pesado, a ser exportado do Brasil. As modificações estarão concluídas em 2010.

O plano da área internacional da Petrobras para 2011 é processar no exterior 499 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia. Em 2005, este número foi de 102 mil boe/dia, comparou Claudio Castejon, gerente executivo da área internacional corporativa da Petrobras. Ele e Cerveró detalharam, ontem, o plano de investimentos da área internacional para o período 2007-2011. A empresa planeja investir US$ 12,1 bilhões no período, US$ 5,4 bilhões a mais do que no plano anterior (2006-2010). A atividade de exploração e produção deve demandar 70% do total.