Título: Recordes de exportações e de superávit no campo
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 08/08/2006, Agronegócios, p. B12

As exportações brasileiras do agronegócio somaram US$ 5,237 bilhões em julho último, 28,6% mais que no mesmo mês de 2005, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Ministério da Agricultura. Como as importações subiram 41,6% e atingiram US$ 578,6 mil, o superávit do setor chegou a US$ 4,658 bilhões, um aumento de 27,1% na mesma comparação. Conforme o ministério, as exportações e o saldo positivo apurados são recordes para meses de julho.

Em virtude do maior volume físico embarcado, a soja continuou puxando as exportações do campo no mês passado, com US$ 1,439 bilhão - um salto de 32,9% sobre julho de 2005. Mas açúcar e álcool voltaram a ser o grande destaque da balança, com vendas conjuntas de US$ 1,035 bilhão (alta de 123,2%). O grupo das carnes, em decorrência de problemas sanitários no Brasil e no exterior, embarcou US$ 683,5 mil em julho, queda de 15,3% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Com esses resultados, nos primeiros sete meses de 2006 os embarques do setor renderam US$ 26,595 bilhões às contas do país, valor 9,6% superior ao verificado em igual intervalo de 2005. Nesta comparação, as importações engordaram 23,3% e alcançaram US$ 3,562 bilhões, e o superávit aumentou 7,7%, para US$ 23,033 bilhões.

Também neste ranking a soja manteve o topo, com exportações de US$ 5,677 bilhões. O pequeno crescimento em relação ao período entre janeiro e julho do ano passado, de 4,2%, também foi sustentado pelo crescimento do volume vendido, uma vez que câmbio e preços internacionais permaneceram menos atraentes que no passado recente. E o maior volume deriva da quebra da produção na região Sul do país em 2005, em consequência de uma prolongada estiagem.

Nos sete primeiros meses do ano, as carnes só perderam para a soja e registraram embarques de US$ 4,448 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, contudo, houve queda de 1,7%. Neste caso, o tombo não foi maior graças aos melhores preços médios praticados, uma vez que em volume as vendas recuaram. As exportações de açúcar e álcool acumularam receita de US$ 3,559 bilhões até julho, alta de 40,3%.