Título: Kodak investe na nacionalização de mais um modelo
Autor: Borges, André
Fonte: Valor Econômico, 09/08/2006, Empresas, p. B7

Depois de fazer do Brasil o segundo pólo de manufatura de câmeras digitais em junho deste ano, atrás apenas da China, que até então abastecia todo o mundo, a Kodak pretende nacionalizar o segundo modelo de câmeras digitais até o final deste ano.

Além disso, a companhia americana também se prepara para incluir na fábrica de Manaus (AM), onde já produz papel e filmes fotográficos, a atividade de corte de mídia térmica - papel especial usado nos quiosques de revelação da companhia.

A produção local de câmeras está sendo feita sob encomenda pela Jabil, que também tem unidade em Manaus. Por utilizar a produção terceirizada, a Kodak prefere não falar em investimentos, segundo Fernando Bautista, diretor geral da divisão de fotografia da Kodak brasileira. Ele também considera estratégico não adiantar qual será o segundo modelo da marca feito no país. "Prefiro não revelar", afirmou ontem durante o evento PhotoImage Brasil 2006.

O primeiro modelo que passou a ser feito localmente é o C360, com cinco megapixels, destinado ao público iniciante em fotografia digital. A produção local, os contratos de distribuição no varejo de todo o país e a queda de preços provocada pela nacionalização levou as vendas dessa câmera, em unidades, a um salto de 350% em relação à média de vendas antes da nacionalização, disse Bautista.

O preço da C360 importada era de R$ 1.360, mas, após o início da produção local, o preço sugerido ao consumidor final passou a ser a partir de R$ 899, uma queda de 35%, de acordo com a companhia.

Pelo salto verificado nas vendas, Bautista já acredita que a posição da Kodak nas vendas nacionais mude de patamar no segundo semestre deste ano. Até junho, os institutos de pesquisa afirmavam que a empresa era líder com " mais de 20% " das vendas brasileiras, segundo ele. Em 2005, o país comercializou cerca de 2 milhões de câmeras digitais, mas em 2006 Bautista acredita em um salto de 50%, para cerca de 3 milhões de unidades.