Título: Mantega não considera arriscado o crédito consignado para imóvel
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Fonte: Valor Econômico, 09/08/2006, Finanças, p. C2

O crédito consignado com desconto em folha de pagamento para a compra de imóveis será mais seguro e não irá aumentar a inadimplência, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"Acredito que não. "O interessado vai saber que uma parte do salário dele será usada para pagar a prestação. Fica até uma conta mais segura, mais certa", disse.

Para o ministro, como o crédito consignado para habitação será mais seguro, os bancos terão custo menor, possibilitando a redução dos juros ao consumidor.

No entanto, o ministro não adiantou como será feita a concessão desse crédito ou quando essa medida será anunciada. "Deixa a gente preparar um conjunto de medidas e aí a gente anuncia de uma maneira só. Deixa a gente amadurecer."

A atual lei do empréstimo consignado terá que ser alterada, já que o prazo máximo é de 36 meses. Os empréstimos destinados à compra da casa própria têm um prazo mais longo. Há contratos de 20 anos, por exemplo.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério das Cidades, esse crédito será limitado a cinco salários mínimos (atualmente, R$ 1.750).

João Claudio Robusti, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), elogiou a eventual autorização do crédito consignado para a habitação, mas afirmou que ainda falta uma política mais adequada para atender a população de baixa renda. Para ele, os trabalhadores com renda inferior a cinco salários mínimos só terão condição de comprar a casa própria com subsídios do governo.

Robusti citou o Programa de Arrendamento Residencial (PAR) como iniciativa que poderia ser ampliada. Nesse programa o governo utiliza recursos do Orçamento para pagar parte da dívida do trabalhador na compra do imóvel.

Pesquisa mensal do Procon de São Paulo (Procon-SP) com 10 instituições financeiras constatou uma queda modesta de 0,01 ponto percentual nas taxas de juros nas principais linhas de crédito para pessoa física. Os bancos pesquisados foram HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco.

No empréstimo pessoal, por exemplo, a taxa média dos bancos pesquisados estava em 5,36% ao mês, inferior à de julho, que foi de 5,37%. Um decréscimo ínfimo, portanto, de 0,01 ponto percentual. No cheque especial, a taxa média dos bancos pesquisados foi de 8,17% mensais, contra 8,18%, significando também um decréscimo de 0,01 ponto percentual.