Título: Só indústria de açúcar e álcool cria vagas em SP
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Fonte: Valor Econômico, 09/08/2006, Brasil, p. A5

O nível de emprego na indústria paulista manteve-se estável em julho. O crescimento foi de 0,03%, índice considerado nulo pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). No total, foram criadas mil vagas. Em junho, o setor havia criado apenas 500 vagas, com crescimento de 0,02%.

No acumulado do ano, o índice apresenta alta de 3,68%. Isso representa 76 mil novos empregos no Estado e, desses, segundo a Fiesp, 95% foram gerados pelos setores de álcool e açúcar, ou 72,2 mil. O diretor de pesquisas econômicas da Fiesp, Paulo Francini disse que, se excluída a fabricação de álcool e açúcar, a geração de empregos na indústria é próxima de zero. "Isso é preocupante porque mostra um comportamento apático e a concentração nesses dois setores não é bom sinal. Até porque a safra da cana-de-açúcar termina em novembro e as usinas devem operar com menos trabalhadores", afirmou.

Para Francini, o câmbio continua sendo o grande vilão da indústria de transformação paulista. Com o dólar barato, as empresas focadas no mercado interno sofrem com a concorrência dos importados e os exportadores vêem suas receitas de vendas externas valerem menos reais. Outra preocupação de Francini é a seqüência de índices estáveis na geração de emprego. "O mês de julho, normalmente, é de contratação. Os meses que, historicamente, registram queda, são novembro e dezembro", disse.

Dos 21 setores que fazem parte da pesquisa, 10 apontaram desempenho positivo para o emprego no mês passado, sete mais demitiram do que contrataram e quatro ficaram estáveis (Agências noticiosas)