Título: No mato sem barraca
Autor: Chiaretti, Daniela
Fonte: Valor Econômico, 15/08/2006, EU & Investimentos, p. D6

Uma viagem como a do rio Tapajós, da Matueté, é para quem se fascina pelas paisagens do delta do Okavango, em Botsuana, ou sai do deserto do Atacama, no Chile, achando que esteve em Saturno. O mergulho na Amazônia vem embalado com o contato com a vida dos ribeirinhos e o conforto de uma "aventura com estilo".

Este, aliás, é exatamente o slogan da Matueté, que atrai turistas do tipo "Indiana Jones de um dia". Martin Frankenberg, um dos sócios da empresa, explica: "É gente que gosta de natureza, mas, à noite, não quer acampar."

Ninguém acampa nos 18 metros do Tupaiú, que a Matueté contrata da Santarém Tur. O barco, que tem sala de jantar e biblioteca, hospeda dez pessoas em três suítes e dois quartos. Se for um grupo fechado, a viagem com uma noite em Manaus e quatro no Tupaiú, sai por R$ 3,1 mil por pessoa, menos as passagens aéreas.

Trata-se de uma viagem com arquitetura. É Amazônia e tudo funciona com precisão germânica e simpatia cabocla. Nos preparativos, já vem tudo mastigado: desde tomar vacina contra febre amarela a dicas sobre levar dinheiro trocado para comprar mimos pelo caminho. É tudo cuidado e cheio de surpresas, dos luaus em praias desertas aos xampus cheirosos e naturebas. "A idéia é acender o que a região tem de melhor", diz Isabela, da Matueté. (DC)