Título: Pecuária deve puxar avanço da Schering-Plough no país
Autor: Bouças, Cibelle
Fonte: Valor Econômico, 14/08/2006, Agronegócios, p. B13

A americana Schering-Plough, terceira maior do segmento de saúde animal com 8,1% de participação no mercado, quer ampliar seus negócios no país. Para isso, fez mudanças em sua estrutura administrativa. Neste mês, Rogério Garcia e Gláucia Gigli assumiram os cargos de gerência de negócios da unidade de pecuária e produtos de animais de companhia, respectivamente.

Além disso, em setembro, a empresa elege um executivo para a área de aqüicultura, que por enquanto funciona em conjunto com produtos avícolas. Assim, terá cinco divisões - pecuária (que engloba ruminantes e eqüinos), animais de companhia, suinocultura, avicultura e aqüicultura.

A subsidiária brasileira é a maior da Schering-Plough no mundo, perdendo apenas para a matriz. O grupo faturou R$ 179 milhões no Brasil em 2005 e neste ano projeta crescer 6%, graças ao aumento nas vendas de vacinas contra febre aftosa, que em 2005 passado totalizaram 70 milhões de doses. No primeiro semestre, as vendas do produto cresceram 21%.

A empresa também registrou aumento de 5% nas vendas de outros produtos para pecuária, enquanto o segmento no país encolheu 4%. Segundo Garcia, a Schering tem participação de 26% no setor pecuário e deve encerrar o ano com participação 4 pontos percentuais maior. O negócio pecuária representa 75% da receita da empresa no país. "Sem dúvida, o Brasil é o mercado com maior potencial de expansão, e a matriz está sempre de olho no nosso desempenho", afirma o executivo.

O grupo reforçou a área com a criação de três programas de assistência rural. A empresa também aumentou a produção de antiparasitários. No fim de 2005, o grupo inaugurou fábrica em Cotia, que teve investimento de R$ 3,5 milhões e tem capacidade para produzir 2 milhões de unidades por mês. A fábrica vai produzir dois antiparasitários - linhas que antes eram importadas. Quando alcançada a capacidade plena, prevista para março de 2007, a unidade responderá por até 6,5% do seu faturamento no país.

A Schering-Plough também produz em uma unidade em Jacarepaguá, no Rio, que fornece por mês 5 milhões de unidades. Segundo Garcia, a empresa reforça apostas na área de eqüinos, com o lançamento de um antiinflamatório. O segmento corresponde a 8% do setor pecuário, diz ele, e há grande potencial de expansão.

Outra aposta será na área de animais de companhia. Hoje, a empresa detém 11% de participação nesse segmento, e as vendas dessas linhas correspondem a 10% de sua receita. Gláucia diz que apenas 30% dos 22 milhões de cães e 10% dos 11 milhões de gatos recebem tratamento veterinário no Brasil. "Existe um grande potencial de expansão". No primeiro semestre, as vendas ficaram estáveis. O desempenho, segundo ela, foi afetado pela Copa do Mundo. A meta da empresa é crescer 4% na área este ano.