Título: Profissional mantém cargo em vários países
Autor: Giardino, Andrea
Fonte: Valor Econômico, 14/08/2006, Eu & Investimentos, p. D6

Cada vez mais os executivos na América Latina estão acumulando responsabilidades pelas operações das empresas em mais de um país na região. Levantamento do Hay Group aponta que 25% de um total de 1,3 mil executivos de 100 empresas já se encontram nessa situação, passando a maior parte do tempo fora de sua base. No entanto, possuem salários e incentivos de curto e longo prazos menores do que os recebidos por profissionais de companhias européias e americanas.

Além disso, Cláudio Costa, diretor do Hay Group, ressalta que as diferenças no pacote de remuneração total (envolvendo salário mais incentivos de curto e longo prazos) entre executivos com escopo regional e local são mínimos. "Executivos que cuidam de várias subsidiárias na América Latina ganham, em média, 7% a mais do que os profissionais que comandam apenas uma filial", diz .

Quanto à política de remuneração adotada no mercado latino-americano, as diferenças são bastante pequenas entre Brasil, Venezuela, Chile e Colômbia. O México, por sua vez, ocupa posição de destaque, por pagar 50% a mais para o alto escalão em relação aos seus vizinhos. "Por estarem próximos aos Estados Unidos, eles acompanham as mesmas práticas salariais americanas", explica. Já a Argentina fica na lanterninha, com um dos salários mais baixos da América Latina - pagam 67% da remuneração dos países latinos.

Mas não é só o aumento da mobilidade de executivos na região que tem feito com que o profissional brasileiro ganhe notoriedade lá fora. Nos últimos 10 anos, de acordo com Costa, houve um crescimento na exportação de executivos para ocupar cargos de chefia em vários países. Fenômeno causado por dois fatores: as oportunidades que surgem diante do processo de internacionalização das empresas brasileiras e a adaptabilidade desses profissionais a qualquer tipo de cenário.

Ainda segundo o Hay Group, entre as principais regiões de destino dos brasileiros que são transferidos para o exterior estão América do Norte, com 89%, América Latina, 79%, Europa, 74%, Ásia, 63%, e, África, 21%. E em relação ao número de expatriados, as companhias revelam ter enviado entre 40 e 70 profissionais em 2005.