Título: Toshiba planeja produzir semicondutores no país
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Fonte: Valor Econômico, 16/08/2006, Brasil, p. A4
A Semp Toshiba demonstrou "real interesse" em instalar uma fábrica de semicondutores no país, afirmou ontem o ministro das Comunicações, Hélio Costa.
Segundo ele, a empresa poderá aproveitar estudo elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre o setor no Brasil.
Os planos da Toshiba de construir uma fábrica de semicondutores no país foram antecipados ao Valor em maio pelo empresário Afonso Hennel, sócio do grupo japonês no Brasil. Qualquer investimento, no entanto, só deverá ser anunciado formalmente após a definição, por parte do governo, dos incentivos fiscais que serão concedidos para a produção de semicondutores no país.
O Ministério da Fazenda confirmou segunda-feira que o governo definirá, por meio de uma medida provisória, incentivos para atrair possíveis investidores para o setor. Os investimentos necessários para a produção de semicondutores no país podem variar de US$ 500 milhões a US$ 1 bilhão, segundo Costa. O ministro também informou que tanto o BNDES quanto o banco japonês JBIC estariam dispostos a financiar o investimento em semicondutores no Brasil.
Além de comemorar o interesse da Toshiba, que no Brasil atua associada à Semp, Costa se disse "entusiasmado" com a Samsung, que estaria demonstrando capacidade de "tomar decisões rápidas" na implantação da TV digital no país. Na semana passada, a empresa anunciou investimentos de US$ 15 milhões para desenvolver toda a tecnologia do Sistema Brasileiro de Televisão Digital, baseado no padrão japonês.
O ministro defende a concessão de incentivos fiscais para a produção dos conversores da TV digital em todo o país em igualdade de condições com a Zona Franca de Manaus. Entre as alternativas de incentivo apontadas por Costa estariam o enquadramento do conversor na Lei de Informática, ou a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para esses equipamentos ao nível praticado na Zona Franca.
Para enquadrar o conversor na Lei de Informática, o governo teria que editar uma medida provisória, que seria encaminhada ao Congresso. A redução do IPI poderia ser feita por ato exclusivo do Poder Executivo.