Título: Sequestro de diplomatas gera alerta em embaixadas
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 24/04/2012, Internacional, p. A10
Uma recente onda de sequestro de diplomatas em Caracas colocou as embaixadas em alerta e levou o governo a criar um serviço especial de proteção diplomática.
O caso mais recente foi o do adido de negócios da embaixada da Costa Rica, Guillermo Cholele, que ficou em poder dos sequestradores por dois dias, sendo libertado há exatas duas semanas. Antes dele, já haviam sido vítimas de sequestro o embaixador do México e sua mulher, um adido militar da Bolívia, o filho do embaixador do Vietnã, entre outros.
"Estamos reforçando a segurança tanto na embaixada quanto na residência do embaixador", disse ao Valor um diplomata da delegação de um país latino-americano em Caracas. "Estamos recebendo toda a atenção do governo, mas não há nada que garanta que não seremos vítimas de um sequestro. Os sequestradores podem facilmente nos identificar, pelas placas do carro, por exemplo."
Os sequestros-relâmpago (ou "express") se tornaram comum em Caracas, com vítimas em todas as classes sociais. Há registros de casos de sequestros de moradores de áreas mais pobres, em que os bandidos pedem resgates equivalentes a US$ 100. Para o sociólogo Roberto Briceño-León, da Universidade Central da Venezuela e do Observatório Venezuelano de Violência (OVV), os diplomatas se tornaram alvo por conta da possibilidade de um resgate maior, além da maior pressão sobre as autoridades. "Um resgate pode variar de US$ 30 mil a US$ 100 mil."
Outro diplomata ouvido pelo Valor diz que sua embaixada vem promovendo palestras sobre procedimentos de segurança aos funcionários e que o governo já enviou homens para fazer a guarda da representação. "Disseram-nos que, se preciso for, disponibilizarão escolta. Vamos avaliar." (FM)