Título: Empresas protegem seus ativos
Autor: Lucchesi, Cristiane Perini
Fonte: Valor Econômico, 21/08/2006, Finanças, p. C8

As empresas brasileiras, que antes usaram o seguro de risco político para cobrir o risco-Brasil e conseguir realizar captações externas, passam agora a ser assediadas para contratar o mesmo seguro para proteger seus ativos em outros países de maior risco. "Depois do incidente da Petrobras na Bolívia, as grandes companhias brasileiras em processo de internacionalização passaram a considerar usar o seguro para investimentos realizados no exterior", diz Daniel Galvão, vice-presidente adjunto de financiamento de projetos e de risco político da Marsh. Ele lembra que o seguro de risco político pode tornar possível o crédito à exportação a países de maior risco na África.

O consultor da Cooper Gay, Andrew Bickmore, especialista em riscos políticos, vem mantendo uma série de contatos com o IRB Brasil Re, seguradoras nacionais e grandes empresas, incluindo a Petrobras e a Odebrecht, para apresentar o produto. Segundo informou, por meio de texto à imprensa, "a modalidade poderia, por exemplo, cobrir as perdas da Petrobras com a recente expropriação de parte do seu patrimônio pelo governo da Bolívia".

Ele acrescenta que a cobertura para riscos políticos cobre também danos causados por atos terroristas, guerra civil, guerras em geral e comoções, tais como as ações coordenadas de facções criminosas de São Paulo. A cobertura para a América Latina está, agora, mais barata do que há 5 anos, com exceção da Bolívia e Venezuela.