Título: Proprietários divergem sobre prejuízos
Autor: Borges, André
Fonte: Valor Econômico, 21/08/2006, Empresas, p. B3

As dores cabeças tecnológicas, que nos últimos meses incomodaram os donos de casas lotéricas, durante a migração do sistema da Caixa Econômica Federal (CEF), praticamente acabaram. Mas uma outra enxaqueca promete ganhar força. Isso porque boa parte dos lotéricos não está satisfeita com a metodologia que a Caixa montou para remunerar aqueles que afirmam ter registrado prejuízos durante o período de migração. Para chegar a um denominador comum, a proposta do banco é somar o faturamento dos dez meses que antecedem o início da migração - em março - e tirar a média dessa movimentação. A partir daí, a Caixa remuneraria aqueles que faturaram abaixo do referido valor. Mas a decisão não agradou.

Na última semana, diz o presidente da Federação Brasileira de Empresas Lotéricas (Febralot), Paulo Michielon, um ofício foi enviado à CEF, comunicando a insatisfação com a decisão e propondo outras formas de negociação.

Michielon não cita valores, mas afirma que, entre janeiro e junho desse ano, os prejuízos impactaram até 40% dos negócios. "Queremos mudanças. Perdemos clientes nesse período", diz, acrescentando que hoje 60% das transações lotéricas são financeiras. "Estamos aguardando. A CEF prometeu uma revisão, além de uma nova proposta de valores de pagamentos."

A Caixa confirmou que irá apresentar, nos próximos dias, uma tabela de preços aos donos de lotéricas. Já quanto ao ressarcimento de prejuízos, não se manifestou. "Estamos em uma democracia, as pessoas podem expor suas idéias. No entanto, não encontramos maneira mais justa de ressarcir os eventuais prejuízos", diz Lore Ribeiro, gerente nacional de administração de redes parceiras da CEF. (AB)