Título: Na importação, alta da quantidade é generalizada
Autor: Landim, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 10/08/2006, Primeiro Caderno, p. A3

O câmbio valorizado está funcionando como um estímulo para as importações brasileiras. No primeiro semestre desse ano em relação a igual período de 2005, a quantidade importada de equipamentos eletrônicos cresceu 44,4% e de material elétrico, 31,9%. O volume importado de produtos têxteis subiu 36,9% no período, e a quantidade de artigos de vestuário comprados no exterior avançou 18%.

A lista é longa. De 29 setores pesquisados pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), 22 registraram aumento nos volumes importados, incluindo uma série de produtos manufaturados. Entre os segmentos que apuraram queda na quantidade importada está petróleo e carvão (10,4%) e farmacêutica e perfumaria (7,4%).

Os reajustes de preços também ajudaram a impulsionar o valor das importações brasileiras. Apenas seis setores apuraram queda nos preços de importação. Mas, ao contrário do que ocorre nas exportações, é o volume que lidera o aumento das compras externas do país. Na média, o volume importado pelo Brasil cresceu 12,6% no semestre, enquanto os preços subiram 7,9%.

Veículos automotores foi o setor que registrou o maior aumento na quantidade importada no primeiro semestre de 2006: 54,3%. Como os preços também subiram 15%, a alta das importações em valor chegou a expressivos 78,4% no segmento. Os veículos importados ainda representam um percentual pequeno das vendas brasileiras. Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira de Veículos Automotores (Abeiva), Luiz Carlos Mello, Argentina e México são as principais origens das importações brasileiras de carros.

Por conta do acordo comercial desses países com o Brasil, os carros argentinos e mexicanos chegam ao país sem pagar tarifa de importação. Nesses casos, são as multinacionais instaladas no Brasil que importam de suas filiais nesses países. Os demais fabricantes pagam tarifa de importação de 35% para trazer o carro ao Brasil, o que reduz a competitividade do produto.

Segundo a Abeiva, os volumes importados de veículos do México e da Argentina cresceram quase 60% no primeiro semestre do ano em relação a igual período em 2005. Já a quantidade importada de carros que pagaram o imposto de importação aumentou 37% na mesma comparação.