Título: Resultado da Brasilprev bate recorde
Autor: Silva Júnior, Altamiro
Fonte: Valor Econômico, 23/08/2006, Finanças, p. C8

O aumento do interesse por aposentadoria complementar levou a Brasilprev Seguros e Previdência a registrar no primeiro semestre o melhor resultado de sua história. A empresa encerrou junho com arrecadação total de R$ 1,08 bilhão, crescimento de 10,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido ficou em R$ 70,4 milhões, aumento de 1,2%. O retorno sobre o patrimônio ficou em 33%.

Foi o quatro semestre consecutivo com recorde dos resultados, informou Eduardo Bom Angelo, presidente da Brasilprev. A julgar pelos números preliminares de julho e agosto, o executivo acredita em um segundo semestre ainda melhor. No mês passado, a arrecadação somou R$ 268 milhões, a maior da história da empresa em um único mês.

No primeiro semestre, boa parte do desempenho da Brasilprev deveu-se às vendas dos planos Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Essas carteiras tiveram arrecadação de R$ 413,9 milhões, 32,4% a mais que em igual período de 2005. Já o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) teve desempenho mais modesto, com alta de 12,2% e captação de R$ 362,8 milhões.

Um dos principais atrativos do PGBL é a possibilidade de dedução do Imposto de Renda. Mas, para Bom Angelo, o público alvo do VGBL é muito maior, pois pode incluir as pessoas da economia informal. O VGBL, que no primeiro semestre do ano passado representava 32% da carteira da Brasilprev, hoje representa 38%. Já a participação do PGBL ficou estável em 33%.

A Brasilprev também usou o canal de vendas do Banco do Brasil, que detém 49,9% de seu capital. Segundo Bom Angelo, a estratégia foi oferecer os produtos para os clientes de alta renda. Uma equipe de consultores foi deslocado para a tarefa. A venda de planos corporativos também cresceu. Hoje 14% dos recursos da Brasilprev vêm dos planos para empresas.

Os números do primeiro semestre mostram que as dúvidas quanto às mudança da legislação já não trazem tantos problemas como no ano passado, quando a previdência complementar chegou a ter perda de recursos. Para Bom Angelo, as regras trouxeram um novo patamar de crescimento para o setor. Do nível de 35% de crescimento anual entre 1994 e 2004, deve ficar agora com expansão entre 15% a 20%. "Muitos recursos de curto prazo estavam indo parar erradamente nos PGBL e VGBL", disse.