Título: Crédito pode subir 50%, diz Paulo Bernardo
Autor: FolhaNews
Fonte: Valor Econômico, 10/08/2006, Finanças, p. C7

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, avalia que há condições do volume de crédito no Brasil ter um crescimento de 50% nos próximos quatro anos e que o governo estuda uma série de medidas para ampliar o volume de recursos disponíveis para a habitação, como novas modalidades de crédito consignado (com desconto em folha de pagamento). Hoje, a relação entre crédito e o PIB (Produto Interno Bruto) é de 32,4%.

"Eu estou falando em 50% porque seria um objetivo realizável em um país do padrão do Brasil. Não está tão longe. Nós poderíamos crescer e seria possível crescer 50% talvez nos próximos quatro anos", disse.

Em junho (último dado disponível), o volume de crédito disponível era de R$ 658,946 bilhões. Ele lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já realizou duas reuniões com representantes de bancos públicos e ministros para saber qual a atuação de crédito no país. Dessas reuniões saíram sugestões que estão sendo reunidas pelo ministro Guido Mantega (Fazenda). É ele que será o responsável de apresentar uma proposta ao presidente Lula.

"É um conjunto de medidas que têm o objetivo de nos próximos anos aumentar a oferta de crédito e diminuir os encargos." A principal idéia em estudo é o crédito consignado para habitação. Bernardo disse não ter maiores informações sobre essa medida, mas afirmou que em breve ela será concluída e apresentada. A taxa do crédito consignado está em 35,8%, contra uma média de 62,2% do crédito pessoal (que inclui o desconto em folha de pagamento).

Outra sugestão é a que permite o crédito consignado para micro e pequenas empresas. O pagamento do empréstimo seria vinculado aos contratos de fornecimento. Já o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, sugeriu que o correntista pudesse escolher em qual banco quer receber o salário. Dessa forma, aumentaria a concorrência entre as instituições.

A atual lei do empréstimo consignado terá que ser alterada, já que o prazo máximo é de 36 meses. Os empréstimos destinados à compra da casa própria têm um prazo mais longo. Há contratos de 20 anos, por exemplo. Essa modalidade também seria oferecida para rendas superiores a cinco salários mínimos (hoje R$ 1.750).