Título: Alckmin nega aproximação com PMDB do Rio
Autor: Ulhôa, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 23/08/2006, Política, p. A8

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin Alckmin encontrou-se com o prefeito do Rio, Cesar Maia e negou qualquer tipo de aproximação com o candidato do PMDB ao governo do Estado do Rio, o senador Sérgio Cabral. " Isso não tem procedência. Temos recebido apoio de parlamentares, de prefeitos do PMDB, mas não do senador. Cabral já disse que o PMDB não terá candidato no primeiro turno e nós respeitamos. Temos apoio do PMDB no país todo, mas não há um apoio partidário. Apoio partidário é só do PFL e do PPS " , disse.

Uma possível aproximação dele com Cabral poderia resultar, segundo integrantes do PFL, na saída de Maia da campanha de Alckmin. No entanto, Maia disse desconhecer essa aproximação. " Nunca ouvi falar nisso " .

Antes de se encontrar com Alckmin ontem à noite, o prefeito do Rio contou que esteve com o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), coordenador da campanha de Alckmin, duas semanas atrás e que ele disse não ter conhecimento do assunto. Maia citou ainda encontro do deputado federal Ronaldo César Coelho (PSDB-RJ) com Guerra em que o coordenador teria repetido o mesmo.

" Não há risco de aliança com o PMDB, ao contrário. O PFL nunca esteve tão empenhado na vitória do Alckmin. A gente quer ele ganhe a eleição. Não acredito que isso (se aliar a Sérgio Cabral) seja o melhor caminho. Nem ele " , disse Maia se referindo a Alckmin. " O nosso foco é produzir um segundo turno. A tese do PFL nacional é criar condições para esse segundo turno " , afirmou.

Cesar Maia, Geraldo Alckmin e a candidata do PPS ao governo do Rio, Denise Frossard, jantaram ontem na casa do secretário municipal de Saúde do Rio, Jacoh Klingerman, para apresentar e discutir pontos de seu programa de governo com um grupo de cirurgiões cariocas, economistas e sociólogos. O candidato do PSDB também anunciou que vai inaugurar, na próxima semana, um comitê central no Rio para intensificar sua campanha no Estado.

A lista de convidados para o jantar de apoio ao candidato do PSDB foi feita por Sérgio Besserman, ex-presidente do IBGE no governo FHC. A lista de presença contava com o economista Marcelo Nery, da Fundação Getulio Vargas (FGV), e o ex-diretor geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), David Zylbersztajn.

Em Resende (RJ), o governador de Minas, Aécio Neves, disse que a intenção do governador tucano do Ceará, Lúcio Alcântara, ao mostrar uma mensagem de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu programa, foi dar uma resposta às "insinuações" da oposição de que poderia haver um "divórcio" entre os governos cearense e o federal, caso Lula e Lúcio sejam reeleitos.

"Na verdade, houve por parte da oposição, segundo eu estou informado, insinuações sucessivas de que a reeleição do governador Lúcio Alcântara e a eventual reeleição do presidente Lula significaria um divórcio do Ceará com o governo federal. Ele apenas quis dizer que trabalha com Alckmin, mas que, qualquer que seja o resultado (das eleições), não haverá esse tipo de perseguição", disse Aécio.

A declaração foi feita depois de uma cerimônia que lembrou os 30 anos da morte do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961), realizada no km 328 da Via Dutra, em Resende (RJ), local onde JK sofreu o acidente de carro que o matou.

Participaram da homenagem os candidatos do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, ao governo de São Paulo, José Serra, e ao governo do Rio, Eduardo Paes, além de Maristela Kubitschek, filha de JK e candidata a vice de Paes.

Serra disse que não entendeu a propaganda de Lúcio como uma declaração de apoio à reeleição do presidente Lula. "Creio que ele (Lúcio) pôs a imagem do Lula por razões da política cearense. Mas confio que ele vai trabalhar por nosso candidato", disse. Serra afirmou ainda que Alckmin não precisa aparecer nos programas em todos os Estados. "A campanha já tem o apoio de Estados-chaves, como São Paulo", disse.