Título: Para ter uma boneca igual a você, penteado e maquiagem
Autor: Fontoura, Cláudia
Fonte: Valor Econômico, 04/09/2006, Empresas, p. B4

A brincadeira de se vestir igual à mãe virou tendência também para mamães de mentirinha. Lançada no fim de 2004, nos Estados Unidos, a "Twin Doll" levou o faturamento da varejista Fao Schwarz a R$ 10 milhões em dois meses. As bonecas foram criadas por um pediatra americano que montou a fábrica eToys, para produzir bonecas iguais às pequenas clientes.

No Brasil, o modelo existe na varejista Ri Happy, que fez parceria com a Baby Brink para criar um produto semelhante. A Happy Style, lançada há pouco mais de um ano, ainda não é um sucesso de vendas, mas entusiasma os donos do projeto, Aldir Giovani, superintendente da Baby Brink, e Ricardo Sayon, diretor-geral da Ri Happy, com 76 lojas no Brasil.

"Fazíamos bonecas de celebridades como Xuxa, Angélica e imaginamos se não haveria mercado para reproduzir 'crianças' com uma tiragem de 30 ou 40 peças que os pais e avós comprariam para presentear", diz Giovanni. O projeto não foi adiante porque era inviável economicamente. "Sairia muito caro fazer moldes com o rosto de cada criança", completa Sayon.

Mas os parceiros não desistiram e com investimento inicial de R$ 300 mil, algumas das lojas da rede Ri Happy ganharam um espaço reservado para desenvolver o produto. Lá, as vendedoras recebem a criança como se estivesse num estúdio de fotografia. No mostruário, estão expostas várias cabeças de boneca com olhos e tons de pele e tipos de cabelo diferentes. A brincadeira começa com a escolha das características mais parecidas com as da cliente.

Depois, a menina seleciona roupa e sapatos iguais aos da boneca. As vendedoras entram em ação e fazem uma maquiagem leve e capricham no penteado. A próxima etapa é a foto. Num pequeno estúdio, a menina faz pose e é clicada, com direito a luzes e refletores. Pronto. Agora, é só esperar 10 dias para a boneca ser feita.

A encomenda vai para a unidade da Baby Brink em São Paulo, onde uma equipe de seis pessoas está preparada para montar o brinquedo. "Conseguimos aproximar ao máximo a boneca da menina." O brinquedo é retirado na loja dentro de uma caixa com a foto da menina e o efeito é de grande semelhança.

O brinquedo ainda não é um dos carros-chefes da loja. "O investimento ainda não se pagou, mas vamos, agora, investir em publicidade, para tornar o produto mais conhecido", diz Giovani.

A estratégia para alavancar as vendas inclui investimento em marketing e na internet, onde já é possível encomendar a boneca sem ter de ir à loja.(CF)