Título: Terceirizados já são 16% dos trabalhadores
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 05/09/2006, Brasil, p. A5

O emprego terceirizado sofreu rápida expansão no país nos últimos dez anos. Entre 1995 e 2005, de cada três novas vagas de trabalho criadas no setor privado uma foi pela terceirização. O ritmo médio de expansão anual desta modalidade de contrato foi quase quatro vezes maior do que o conjunto dos postos formais de trabalho. Os dados fazem parte do estudo "Terceirização e Diversificação nos Regimes de Contratação de Mão-de-Obra", do economista Marcio Pochmann.

Em 2005, os terceirizados somavam 4,1 milhões de pessoas, quase 16% do total dos trabalhadores do setor privado (26,4 milhões de pessoas). Dez anos antes, eram 9,2% do total (1,8 milhões).

A estimativa do economista é que a terceirização represente uma economia de cerca de 7% nos gastos com folha de pagamento e encargos sociais. Em 2005, esse percentual representaria R$ 26 bilhões. O estudo analisou a situação dos empregados com carteira assinada no setor privado, com base nos dados do IBGE e Ministério do Trabalho.

A contratação terceirizada é usada principalmente em atividades como segurança, limpeza, conservação e transporte. "A terceirização serve não apenas para redução de custos, mas também permite que as empresas se concentrem nas atividades em que são mais produtivas, mais rentáveis", diz Pochmann. O estudo revelou, no entanto, que a contratação indireta tem representado precarização do trabalho. Em média, terceirizados ganham um terço a menos do que os demais assalariados formais.

Pochmann destaca que existem experiências positivas de uso da terceirização, em outros países. Na Alemanha e na Itália, por exemplo, a legislação prevê que o salário do terceirizado não pode ser menor do que o que era pago para o funcionário na mesma função.

A estimativa é que a terceirização gere economia para as empresas do país de cerca de 7% nos gastos com folha de pagamento e encargos. Em 2005, esse percentual representaria R$ 26 bilhões.