Título: Indiana Bilcare vai instalar fábrica no Brasil
Autor: Landim, Raquel
Fonte: Valor Econômico, 31/08/2006, Empresas, p. B7

A fabricante indiana de embalagens para medicamentos Bilcare decidiu instalar uma fábrica no Brasil. A unidade consumirá investimentos de US$ 5 milhões na primeira etapa. O objetivo é inaugurar a fábrica até o início do próximo ano, afirma o presidente da Bilcare na América Latina, R. L. Keshwani.

Com fábricas na Índia, em Cingapura e nos Estados Unidos, a Bilcare é uma das quatro maiores fabricantes mundiais de embalagens para medicamentos - um exemplo são os blísters, cartelas para comprimidos de plástico semi-rígido seladas com alumínio.

"Nesse negócio, as pessoas desejam entrega imediata. Acredito que vamos incrementar as vendas no Brasil com a nova fábrica", diz Keshwani. Segundo ele, a Bilcare já vende embalagens para laboratórios no país, mas por meio de importação.

O executivo indiano ainda não decidiu a localização da nova unidade, mas está avaliando regiões próximas da cidade de São Paulo. O município de Cotia é um dos mais cotados. Segundo Keshwani, a empresa escolheu essa região porque 80% dos laboratórios brasileiros estão sediados no eixo Rio-São Paulo.

Um dos objetivos da Bilcare ao investir no país é atender a produção brasileira cada vez maior de medicamentos genéricos. Além de fabricar as embalagens, a empresa indiana também oferece soluções para os laboratórios farmacêuticos. A Bilcare desenvolve a embalagem mais barata para um novo remédio. "Isso é muito importante nos medicamentos genéricos, segmento no qual a competição é muito intensa", diz Keshwani.

Com sede em Pune, na Índia, a Bicare fatura cerca de US$ 60 milhões. A empresa cresceu junto com a próspera indústria farmacêutica indiana e atende hoje cerca de 500 clientes ao redor do mundo. O indiano Keshwani também é vice-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Índia.

O faturamento das empresas fabricantes de embalagem para medicamentos é bastante reduzido em comparação com as gigantes farmacêuticas. Keshwani diz que, para um medicamento com custo de R$ 1, a embalagem representaria apenas dois centavos.